sábado, 24 de abril de 2010

Continuação: Das pescarias com meu pai

Continuando....
Colocamos aquele toco de espinhel nágua, aí pelas 21h fomos revisar! Como esperávamos, 9 jundiás fisgados, fomos retirando os bichinhos e já iscando novamente os anzóis, ao terminarmos de iscar, sentimos puxões na ponta oposta! Fomos ver e já havia mais 2 jundiás fisgados! Total, 11 peixinhos pra 9 anzóis..... kkkkk!
De outra feita, fomos ao rio Ivaí, num fundão de fazenda, pescaria feita, veio a tarefa de carregar o caminhão com o areião de uma sanga, só que eram necessários dois tombos até chegar no caminhão, o primeiro da sanga pro barranco, e o segundo do barranco pra carroceria! Naquele dia não precisaram da minha ajuda, então eu estava a toa, com o bodoque na mão procurando algo para acertar umas pedradas, quando um dos parceiros, que também não estava trabalhando (um velhote, gaiteiro, que gostava de umas cachaças) me chamou de cantinho. Me mostrou uma cachopa de marimbondos, enorme, numa árvore logo acima de onde os homens estavam trabalhando e disse:
"Dá uma pedrada!"
Ao que respondi:
"Tá louco, o pai me passa o laço, na hora!"
E ele retrucou:
"Pode atirar que não deixo teu pai te surrar!"
Era só o que eu esperava, a pedra voou acertando em cheio!
Os marimbondos, bulidos e enfurecidos cairam em cima dos homens, foi aquele esparramo!
Seu José, brabo, mordido de marimbondos, passou a mão num galho de maricá e se veio pro meu lado e eu vi a coisa pretear! O velhote, se dobrando de rir interveio a tempo: "Seu José, se tiver que dar umas varadas, dê em mim, porquê fui eu que mandei o menino atirar a pedra!"
Não apanhei, mas levei um sermão e a promessa de que na próxima não escapava! Ainda tiveram que esperar um tempão até os bichos se acalmarem.
Outra vez, fomos pescar no Ijuizinho, afluente do Ijuí, acampamos nas terras de uns parentes do Tourinho (um baixinho, meio bugre, cujo apelido era em razão da quantidade de filhos que tinha com a "adversária", era uma escadinha, um por ano), diziam haver um cardume de piavas por lá.
Eu nunca tinha visto uma piava, até aquele momento, em minha vida. Conhecia jundiá, traira, joaninha, cipó, cascudo, muçum, lambari, acará, roncador, purrudo... mas piava não!
No amanhecer do segundo dia, calculo que umas cinco da manhã, acordei, os homens todos roncando no acampamento, levantei sem fazer barulho e me fui pra barranca, isquei a linha de mão e joguei nágua. O anzol mal afundou e já correu bonito! Puxei, a linha esticou, pesou e começou a peleia, o bicho corria pra um lado e pro outro, com a linha esticada e eu puxando entre assustado e extasiado! Finalmente consegui tirar o peixe do rio e aí me impressionei! Parecia um lambari, só que era muuuito maior! Corri pro acampamento aos gritos: "Pai, pai, acorda, vem ver o lambarizão que eu peguei!"
Todo mundo acordou e rindo me esclareceram, era uma piava de bom tamanho e se foram todos pescar! Não peguei mais nenhuma, mas fui o primeiro a pegar!

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