sábado, 21 de janeiro de 2012

RARAS PIADAS CUBANAS

Recebido por e-mail.
Juan Pedro Gutierrez - escritor

Fidel Castro
Para quem leu Juan Pedro Gutierrez, sabe que tem tudo a ver!

Assunto: RARAS PIADAS CUBANAS

   Para que não se diga às futuras gerações que a Era Fidel, em Cuba, só provocou lágrimas.
  Ah... essas piadas me chegaram de uma fonte Fideldigna
       Abçs           








Essas piadas Cubanas são uma RARIDADE


Em Cuba, um menino chega da escola faminto e pergunta à sua mãe:
- "Mamãe, o que vamos comer?"
- "Nada, filhinho."
O menino vê o papagaio da casa e diz:
- "Nem papagaio com arroz?"
- "Não temos arroz, filhinho."
- "E papagaio assado?"
- "Não temos gás."
- "Assa na churrasqueira elétrica!"
- "Não temos eletricidade, filho."
- "Que tal papagaio frito?"
- "Não temos óleo, querido."
Grita o papagaio:
- "VIVA FIDEL!!! VIVA FIDEL!!!"

* * * * *

Uma professora cubana mostra aos alunos um retrato do presidente Bush, e pergunta à classe:
- "De quem é este retrato?"
Silêncio absoluto....
- "Eu vou ajuda-los. É por culpa deste senhor que nós estamos passando fome, vivendo na miséria."
- "Ah, professora! É que sem a barba e o uniforme não dava para reconhecer!"

* * * * *
Fidel está fazendo um de seus famosos discursos:
- "E a partir de agora teremos de fazer mais sacrifícios!"
Diz alguém na multidão:
- "Trabalharemos o dobro!"
Fidel continua...
- "E temos de entender que haverá menos alimentos!"
Diz a mesma voz:
- "Trabalharemos o triplo!"
- "E as dificuldades vão aumentar!"
Completa a mesma voz:
- "Trabalharemos o quádruplo!"
Nesse momento, Fidel pergunta ao chefe da segurança:
- "Quem é esse sujeito que vai trabalhar tanto?"
- "O coveiro; mi comandante.!
* * * * *

O governo revolucionário vai tomar todas as providências
para que nenhum cubano vá para a cama sem comer:
Vai recolher todas as camas...

* * * * *
O pai cubano pergunta ao filho pequeno:
- "O que você quer ser quando crescer?"
- "Estrangeiro."
* * * * *
Putin foi a Cuba e ficou impressionado com o número de pessoas usando sapatos com solas furadas, rasgados em cima, etc. Estranhou que, depois de passados 40 anos de melhorias(?), as pessoas ainda estavam com sapatos rasgados e maltratados. Perguntou a Fidel a razão disso.
Fidel, indignado, respondeu com uma pergunta:
- "E na Rússia, não é a mesma coisa? Vai me dizer que lá todo mundo tem sapato novo?"
Putin disse a Fidel que fosse à Rússia para conferir. E se ele
encontrasse um cidadão qualquer com sapatos furados, tinha a permissão para matar essa pessoa.
Fidel tomou um avião e se mandou para Moscou. Quando desembarcou, a primeira pessoa que viu estava com sapatos rasgados e furados, que pareciam ter pertencido ao avô. Não titubeou. Tirou a pistola e matou o sujeito.
Afinal, tinha permissão de seu colega Putin para fazer isso. No dia seguinte as manchetes dos jornais Soviéticos anunciaram:

- PRESIDENTE DE CUBA MATA SEU EMBAIXADOR NO AEROPORTO.



* * * * *
Fidel Castro morre e chega no céu, mas não estava na lista. Assim, São
Pedro o manda ao inferno. Quando chega lá, o diabo em pessoa o recebe
e diz:
- "Olá, Fidel, seja bem-vindo. Eu estava à sua espera. Aqui você vai
se sentir em casa."
- "Obrigado, Satanás, mas estive primeiro no céu e esqueci minhas malas lá em cima, na portaria."
- "Não se preocupe. Vou enviar dois diabinhos para pegar suas coisas."
Os dois diabinhos chegam às portas do céu, mas as encontram fechadas, porque São Pedro tinha saído para almoçar. Um dos diabinhos diz ao outro:
- "Olha, é melhor pularmos o muro. Aí pegamos as malas sem ninguém nos perturbar."
Os dois diabinhos começam a escalar o muro; mas, dois anjinhos
passavam por ali, e ao verem os diabinhos, um comenta com o outro: -
"Não faz nem dez minutos que Fidel está no inferno, e já temos
refugiados!!!"

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A VERGONHOSA PROGRAMAÇÂO DA REDE GLOBO: BBB‏

 Texto atribuido a Luis Fernando Veríssimo

 
REPASSO .
 
Abraços a todos.
 
Marcos
 

NOSSOS APLAUSOS PARA O CRONISTA VERISSIMO!
 
"Se cada um fizer a sua parte em reenviar estarei satisfeito"
O olhar de Verissimo sobre o BBB
Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. A nova edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.
Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB  é a pura e suprema banalização do sexo.
Luis Fernando Veríssimo
É cronista e escritor brasileiro
Impossível assistir ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros...todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterossexuais. O BBB  é a realidade em busca do IBOPE. 

Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB . Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.


Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade. Ou se vale a pena "vender" sua capacidade intelectual em troca de alguns milhares de reais como cachê, participando da fabulosa fortuna arrecada pela Globo... Veja os valores mais adiante.  

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis? Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores) , carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados.

Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo dia.

Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna. Heróis são inúmeras pessoas
, entidades sociais e beneficentes, Ongs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns).

Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas
pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!
Veja o que está por de tra$$$$$$$$$ $$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.

Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? (Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores)

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores. Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema...., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , ·visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade.
Esta crônica está sendo divulgada pela internet a milhões de e-mails.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Tainha assada!

A foto é ilustrativa
Neste domingo, ainda comemorando meus 58 anos, reuni a família no Galpão Crioulo da escola onde trabalho, para um prato que nunca tinha feito: tainha assada.
Lá estavam Vô José, Vó Mimi, mano Paulo, Marlene, Jonathan e Paulinho, Tia Nara, Tio Naná, mais o "Alemão" Dudu, Cris e a filhotinha Larissa (carinhosamente apelidada de Bilulinha).
Mas vamos à história do peixe assado. A muito tempo atrás eu havia prometido um peixe assado pra Tia Nara, só que não dava no jeito por um motivo ou outro não dava certo.
Até que finalmente neste domingo deu certo, eles viriam!
Então, durante essa semana começaram os preparativos, fui ao meu fornecedor habitual de peixes, decepção! Um cartaz anunciava estar a peixaria fechada até fevereiro, motivo: época da piracema (justo motivo portanto, não serei eu a burlar a lei, certo?). Mas estava criado o problema, eu havia prometido peixe assado e teríamos peixe assado ou não me chamo Marcão!
Pra minha sorte, temos na cidade uma peixaria que fornece frutos do mar além de peixes de água doce, e lá fui eu! Perguntei ao proprietário sobre peixes para assar e ele me falou da tainha, imediatamente assenti, era boa idéia. Muitos anos atrás eu havia provado tainha assada em uma praia no sul de Santa Catarina, delícia!
Comprei três tainhas de bom tamanho e tempero completo para peixes, havia o problema do sal para os parentes com problemas de saúde. Gosto de fazer maionese nos domingos, mas aí tem o Dudu que é alérgico a ovo, então nada de maionese, trocar por purê de batata. Eu sou alérgico a camarão, na verdade os descendentes da família Carvalho têm um ou outro tipo de alergia, que côsa.
Inicialmente iria fazer aqui em casa, mas como a casa é pequena resolvemos fazer no Galpão que é mais amplo. Na sexta peguei as chaves, no sábado fomos eu e Mônica limpar o local, deixamos tudo limpinho preparado para o domingo. Domingo de manhã fomos surpreendidos, alguém tinha usado o galpão na noite do sábado! E não limpou! Tivemos que fazer outra limpeza antes de começar o almoço.
Inda bem que o peixe tinha sido temperado na véspera, fiz o fogo, Mônica buscou meus velhinhos, logo o Paulo e a Marlene chegaram e depois o pessoal de Santo Ângelo.
As mulheres prepararam a salada, eu assei os peixes e preparei o arroz no explosivo (a válvula é de fogareiro) fogão a gás, enquanto a cerveja congelava no freezer, logo abrimos os trabalhos (ceva) e num vá tava pronto o almoço.
Pro vô José um vinho tinto, como ele gosta, o problema que o velhinho tomou um pouco demais (um pouco é culpa nossa, verdade seja dita), mas pra quem tá com 84 anos não podemos proibir nada certo? Mas Dª Mimi não gostou e pirou na batatinha, pra não complicar tomamos o restante do vinho e levamos os velhinhos pra casa, quando a Mônica contou que fomos nós que tomamos o restante do vinho ela se acalmou e pediu desculpas .
Acredito que os peixes ficaram bons pois não sobrou nada, talvez se tivesse mais um teria ido também. Depois do almoço sorvete pra comemorar e cerveja pra completar, quando acabou a cerveja demos uma arrumada no galpão e ´bora pra casa.
Hasta.

sábado, 14 de janeiro de 2012

O Paraíso e o Inferno

Recebido por e-mail. Hehehehehe!



É RARO VER UMA DESCRIÇÃO TÃO PRECISA
Paraíso é aquele lugar onde o humor é britânico,
os cozinheiros são franceses, os mecânicos são alemães,
os amantes são brasileiros e tudo é
organizado pelos suíços
Inferno é aquele lugar onde o humor é alemão,
os cozinheiros são britânicos, os mecânicos são franceses,
os amantes são suíços e tudo é
organizado pelos brasileiros

Aniversário - Fabricando vinho

 
No dia 11 de janeiro, meu ex-aluno, colega de trabalho e amigo Diego ligou convidando para me reunir a ele, seu pai Arno e mais alguns amigos para pescar e comer uma galinhada na "Tapera" lá na Vila Salto.
Explico, a tapera é a antiga casa onde a família morava, que com a construção da nova casa ficou meio demolida mas ainda conserva algumas peças, a churrasqueira (muito importante), o abastecimento dágua canalizada de uma vertente, água pura limpinha, delícia. Então a gente vai pra lá, faz um churrasquinho, frita uns peixes, ou como desta vez, faz uma galinhada. Mas vamos por partes.
Quando recebi o convite, nem pestanejei, tô indo, respondi; na afobação esqueci quase tudo que se leva pra um acampamento (repelente, colchonete, barraca, máquina fotográfica, uma carne pra assar, faca... enfim, só levei os anzóis e uma merenda). Pedi pra Mônica me levar, o monza tá na reforma e o chevete tá com os pneus carecas, no caminho comecei a desconfiar de um convite tão abrupto, faço aniversário dia 12, será que não estavam aprontando uma surpresa pra mim? Para minha surpresa não.
Tentamos pescar, o Bruninho (primo do Diego) pegou uma traíra e foi só, os mosquitos ali pelo escurecer bateram firme e forte, mas assim que escureceu se retiraram, uma brisa, a temperatura amena, todo mundo conversando, contando piadas e rindo. A janta seria constituída por uma galo velho e uma galinha velha pegos no terreiro do seu Arno (as más linguas dizem que esse casal galinácio escapou da matança no dia do casamento do Arno e Dª Jandara, tal era a dureza da carne dos dois) muitos temperos e arroz. O cozinheiro é um vizinho cuja alcunha é "Pijama", não me pergunte porquê. O cozimento das aves começou as 16h ainda na casa do Arno (dizem as mesmas más linguas que o Arno embebedou as aves na esperança de que o porre amolecesse aquele carnes tão duras), depois a panela foi transferida pra tapera onde continuou o cozimento.
Pijama, pilotando uma colher, improvisada com um pedaço de taquara, ia preparando o prato e segundo as mais tradicionais escolas de culinária  narrando os acontecimentos dentro da panela pra turma que escutava com muita atenção. Lá pelas tantas, calculando que não conseguiria amolecer mais aquela carne decretou que se desfiassem os bichinhos. Meia dúzia de mãos ajudaram a separar a carne dos ossos e a carne desfiada voltou pra panela, e o Pijama narrando: "coloca-se sal a gosto, duas cebolas picadas, cinco tomates picados, quatro dentes de alho picados, uma pimenta dedo-de-dama picada" e olhando pra um dos auxiliares pergunta: "tu lavou as mãos antes de picar os tomates?"
" Agora deixa-se cozinhar por 10 min em fogo brando." "Coloca-se o arroz (pequena discussão quanto à quantidade de arroz).
"Acrescenta-se o brodo (a maioria ali é descendente de italianos),e vai mexendo até o arroz amolecer."
Agora tu imagina um gringão enorme, fazendo essa descrição! É hilário!
Enquanto isso o restante da galera, enquanto ouve a descrição vai tomando uma "cevas" bem geladinhas (é, a tapera tem até uma geladeira velha com a porta escorada com um cabo de vassoura) que ninguém é de ferro.
Aí pela meia noite foi dada como pronta a janta e a tigrada se botou de prato e garfo que foi uma beleza. E não é que tava bom! As duas e meia (quando acabou a cerveja) o pessoal se recolheu e fomos dormir lá na casa do Arno.
No dia seguinte uma atividade que eu nunca tinha feito! Colher um parreiral inteiro e preparar o vinho! Funciona no estilo mutirão, alguns vizinhos ajudam na colheita, alguém empresta a máquina de moer, a uva é moída e colocada numa barrica enorme para fermentar.
Foi uma aventura, andar na plataforma do trator até o parreiral, colher, voltar de trator, encher os baldes e despejar na moenda, encher os baldes com a uva moida levar até a barrica no porão da casa do "Nono Atílio" e despejar. Foi um aniversário bem diferente!
Ah! Fiz 58 anos.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Indignem-se! Os bancos estão contra a democracia!

Stéphane Hessel
Internacional| 19/12/2011 | Copyleft
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Stéphane Hessel: ‘Os bancos estão contra a democracia’
Aos 94 anos, depois de lutar na Resistência, sobreviver aos campos nazistas e escrever a Declaração Universal dos Direitos Humanos, Stéphane Hessel publicou um livrinho de 32 páginas, “Indignem-se”, que teve eco global. Em entrevista ao Página/12 ele fala sobre sua obra e critica o ultra liberalismo predador, a servidão da classe política ao sistema financeiro, a anexação da política pela tecnocracia financeira, as indústrias que destroem o planeta e a ocupação israelense da Palestina.
Eduardo Febbro - Página/12
A revolta não tem idade nem condição. Nos seus afáveis, lúcidos e combativos 94 anos, Stéphane Hessel encarna um momento único na história política humana: ter conseguido desencadear um movimento mundial de contestação democrática e cidadã com um livro de escassas 32 páginas: “Indignem-se”. O livro foi lançado na França em outubro de 2010 e em março de 2011 se converteu no alicerce do movimento espanhol dos indignados.

O quase um século de vida de Stéphane Hessel se conectou primeiro com a juventude espanhola que ocupou a Puerta del Sol e depois com os demais protagonistas da indignação que se tornou planetária: Paris, Londres, Roma, México, Bruxelas, Nova York, Washington, Tel-Aviv, Nova Déli, São Paulo. Em cada canto do mundo e sob diferentes denominações, a mensagem de Hessel encontrou um eco inimaginável.

Seu livro, entretanto, não contém nenhum discurso ideológico, menos ainda algum chamado à excitação revolucionária. Indignem-se é, ao mesmo tempo, um convite a tomar consciência sobre a forma calamitosa em que estamos sendo governados, uma restauração nobre e humanista dos valores fundamentais da democracia, um balde de água fria sobre a adormecida consciência dos europeus convertidos em consumidores obedientes e uma dura defesa do papel do Estado como regulador. Não deve existir na história editorial um livro tão curto com um alcance tão extenso.

Quem olhe a mobilização mundial dos indignados pode pensar que Hessel escreveu uma espécie de panfleto revolucionário, mas nada é mais estranho a essa idéia. “Indignem-se” e os indignados se inscrevem em uma corrente totalmente contrária a que se desatou nas revoltas de Maio de 68. Aquela geração estava contra o Estado. Ao contrário, o livro de Hessel e seus adeptos reivindicam o retorno do Estado, de sua capacidade de regular. Nada reflete melhor esse objetivo que um dos slogans mais famosos que surgiram na Puerta del Sol: “Nós não somos anti-sistema, o sistema é anti-nós”.

Em sua casa de Paris, Hessel fala com uma convicção na qual a juventude e a energia explodem em cada frase. Hessel tem uma história pessoal digna de uma novela e é um homem de dois séculos. Diplomata humanista, membro da Resistência contra a ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial, sobrevivente de vários campos de concentração, ativo protagonista da redação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, descendente da luta contra essas duas grandes calamidades do século XX que foram o fascismo e o comunismo soviético. O nascente século XXI fez dele um influente ensaísta.

Quando seu livro saiu na França, as línguas afiadas do sistema liberal desceram sobre ele um aluvião de burlas: “o vovozinho Hessel”, o “Papai Noel das boas consciências”, diziam no rádio e na televisão os marionetes para desqualificá-lo. Muitos intelectuais franceses disseram que essa obra era um catálogo de banalidades, criticaram seu aparente simplismo, sua superficialidade filosófica, o acusaram de idiota e de anti-semita. Até o primeiro-ministro francês, François Fillon, desqualificou a obra dizendo que “a indignação em si não é um modo de pensamento”. Mas o livro seguiu outro caminho. Mais de dois milhões de exemplares vendidos na França, meio milhão na Espanha, traduções em dezenas de países e difusão massiva na Internet.

O ultra liberalismo predador, a corrupção, a impunidade, a servidão da classe política ao sistema financeiro, a anexação da política pela tecnocracia financeira, as indústrias que destroem o planeta, a ocupação israelense da Palestina, em suma, os grandes devastadores do planeta e das sociedades humanas encontraram nas palavras de Hessel um inimigo inesperado, um “argumentário” de enunciados básicos, profundamente humanista e de uma eficácia imediata. Sem outra armadura além de um passado político de social-democrata reformista e um livro de 32 páginas, Hessel opôs ao pensamento liberal consumista e ao consenso um dos antídotos que eles mais temem, ou seja, a ação.

Não se trata de uma obra de reflexão política ou filosófica, mas de uma radiografia da desarticulação dos Estados, de um chamado à ação para que o Estado e a democracia voltem a ser o que foram. O livro de Hessel se articula em torno da ação, que é precisamente ao que conduz à indignação: resposta e ação contra uma situação, contra o outro. O que Hessel qualifica como mon petit livre é uma obra curiosa: não há nenhuma novidade nela, mas tudo o que diz é uma espécie de síntese do que a maior parte do planeta pensa e sente cada manhã quando se levanta: exasperação e indignação.

– Você foi, de alguma maneira, o homem do ano. Seu livro foi sucesso mundial e acabou se convertendo no foco do movimento planetário dos indignados. Houve, de fato, duas revoluções quase simultâneas no mundo, uma nos países árabes e a que você desencadeou em escala planetária.

– Nunca previ que o livro tivesse um êxito semelhante. Ao escrevê-lo, havia pensado em meus compatriotas para dizer a eles que o modo no qual estão sendo governados propõe interrogações e que era preciso indignar-se diante dos problemas mal solucionados. Mas não esperava que o livro fosse lançado em mais de quarenta países nos quatro pontos cardeais. Mas eu não me atribuo nenhuma responsabilidade no movimento mundial dos indignados. Foi uma coincidência que o meu livro tenha aparecido no mesmo momento em que a indignação se expandia pelo mundo. Eu só convidei as pessoas a refletirem sobre o que elas acham inaceitável. Acho que a circulação tão ampla do livro se deve ao fato de que vivemos um momento muito particular da história de nossas sociedades e, em particular, desta sociedade global na qual estamos imersos há dez anos. Hoje vivemos em sociedades interdependentes, interconectadas. Isto muda a perspectiva. Os problemas aos que estamos confrontados são mundiais.

–As reações que seu livro desencadeou provam que existe sempre uma pureza moral intacta na humanidade?

O que permanece intacto são os valores da democracia. Depois da Segunda Guerra Mundial resolvemos problemas fundamentais dos valores humanos. Já sabemos quais são esses valores fundamentais que devemos tratar de preservar. Mas quando isto deixa de ter vigência, quando há rupturas na forma de resolver os problemas, como ocorreu após os atentados de 11 de setembro, da guerra no Afeganistão e no Iraque e a crise econômica e financeira dos últimos quatro anos, tomamos consciência de que as coisas não podem continuar assim. Devemos nos indignar e nos comprometer para que a sociedade mundial adote um novo curso.

– Quem é responsável de todo este desastre? O liberalismo ultrajante, a tecnocracia, a cegueira das elites?

– Os governos, em particular os governos democráticos, sofreram uma pressão por parte das forças do mercado à qual não souberam resistir. Essas forças econômicas e financeiras são muito egoístas, só buscam o beneficio em todas as formas possíveis sem levar em conta o impacto que essa busca desenfreada do lucro tem nas sociedades. Não lhes importa nem a dívida dos governos, nem os ganhos medíocres das pessoas. Eu atribuo a responsabilidade de tudo isto às forças financeiras. Seu egoísmo e sua especulação exacerbada são também responsáveis pela deterioração do nosso planeta. As forças que estão por trás do petróleo, da energia não-renovável nos conduzem a uma direção muito perigosa.

O socialismo democrático teve seu momento de glória depois da Segunda Guerra Mundial. Durante muitos anos tivemos o que se chama Estados de providência. Isto derivou em uma boa fórmula para regular as relações entre os cidadãos e o Estado. Mas depois nos distanciamos desse caminho sob a influência da ideologia neoliberal. Milton Friedman e a Escola de Chicago disseram: “deixem a economia com as mãos livres, não deixem que o Estado intervenha”. Foi um caminho equivocado e hoje nos damos conta de que nos encerramos em um caminho sem saída. O que aconteceu na Grécia, Itália, Portugal e Espanha nos prova que não é dando cada vez mais força ao mercado que se chega a uma solução. Não. Essa tarefa compete aos governos, são eles que devem impor regras aos bancos e às forças financeiras para limitar a sobre exploração das riquezas que eles detêm e a acumulação de benefícios imensos enquanto os Estados se endividam. Devemos reconhecer que os bancos estão contra a democracia. Isso não é aceitável.

– É chocante comprovar a indiferença da classe política ante a revolta dos indignados. Os dirigentes de Paris, Londres, Estados Unidos, em suma, ali onde estourou este movimento, se omitiram diante das reivindicações dos indignados.

– Sim, é verdade. Por enquanto se subestimou a força desta revolta e desta indignação. Os dirigentes disseram uns aos outros: isto nós já vimos antes, em Maio de 68, etc., etc. Acho que os governos se equivocaram. Mas o fato de que os cidadãos protestem pela forma em que estão sendo governados é algo muito novo e essa novidade não se deterá. Predigo que os governos se verão cada vez mais pressionados pelos protestos contra a maneira em que os Estados são governados. Os governos se empenham em manter o sistema intacto. Entretanto, o questionamento coletivo do funcionamento do sistema nunca foi tão forte como agora. Na Europa atravessamos um momento muito denso de questionamento, tal como aconteceu antes na América Latina. Eu estou muito orgulhoso pela forma como a Argentina soube superar a gravidade da crise. Isto prova que é possível atuar e que os cidadãos são capazes de mudar o curso das coisas.

–De alguma maneira, você acendeu a chama de uma espécie de revolução democrática. Entretanto, não convocou uma revolução. Qual é então o caminho para romper o cerco no qual vivemos? Qual é a base do renascimento de um mundo mais justo?

– Devemos transmitir duas coisas às novas gerações: a confiança na possibilidade de melhorar as coisas. As novas gerações não devem perder a esperança. Em segundo lugar, devemos fazê-los tomar consciência de tudo o que está se fazendo atualmente e que está no sentido correto. Penso no Brasil, por exemplo, onde houve muitos progressos, penso na presidenta Cristina Fernández de Kirchner, que também fez as coisas progredirem muito, penso também em tudo o que se realiza no campo da economia social e solidária em tantos e tantos países. Em tudo isto há novas perspectivas para encarar a educação, os problemas da desigualdade, os problemas ligados à água. Tem gente que trabalha muito e não devemos subestimar seus esforços, inclusive se o que se consegue é pouco por causa da pressão do mundo financeiro. São etapas necessárias.

Acho que, cada vez mais, os cidadãos e as cidadãs do mundo estão entendendo que o seu papel pode ser mais decisivo na hora de fazer entender aos governos, que são responsáveis pela vigência dos grandes valores, que esses mesmos governos estão deixando de lado. Há um risco implícito: que os governos autoritários acabem empregando a violência para calar as revoltas. Mas acho que isso já não é mais possível. A forma pela qual os tunisianos e os egípcios se livraram de seus governos autoritários mostra duas coisas: uma, que é possível; dois, que com esses governos não se progride. O progresso só é possível se for aprofundada a democracia. Nos últimos 20 anos a América Latina progrediu muitíssimo graças ao aprofundamento da democracia.

Em escala mundial, mesmo com as coisas que se conseguiram, mesmo com os avanços que se obtiveram com a economia social e solidária, tudo isto é extremamente lento. A indignação se justifica nisso: os esforços realizados são insuficientes, os governos foram débeis e até os partidos políticos da esquerda sucumbiram ante a ideologia neoliberal. Por isso devemos nos indignar. Se os meios de comunicação, se os cidadãos e as organizações de defesa dos direitos humanos forem suficientemente potentes para exercer uma pressão sobre os governos as coisas podem começar a mudar amanhã.

– Pode-se mudar o mundo sem revoluções violentas?

Se olharmos para o passado, veremos que os caminhos não-violentos foram mais eficazes que os violentos. O espírito revolucionário que empolgou o começo do século XX, a revolução soviética, por exemplo, conduziram ao fracasso. Homens como o checo Vaclav Havel, Nelson Mandela ou Mijail Gorbachov demonstraram que, sem violência, podem-se obter modificações profundas. A revolução cidadã que assistimos hoje pode servir a essa causa. Reconheço que o poder mata, mas esse mesmo poder se vai quando a força não-violenta ganha. As revoluções árabes nos demonstraram a validade disto: não foi a violência quem fez cair os regimes de Túnis e do Egito. Não, nada disso. Foi a determinação não violenta das pessoas.

– Em que momento você acha que o mundo se desviou de sua rota e perdeu sua base democrática?

– O momento mais grave se situa nos atentados de 11 de setembro de 2001. A queda das torres de Manhattan desencadeou uma reação do presidente estadunidense George W. Bush extremamente prejudicial: a guerra no Afeganistão, por exemplo, foi um episodio no qual se cometeu horrores espantosos. As conseqüências para a economia mundial foram igualmente muito duras. Foram gastas somas consideráveis em armas e na guerra em vez de colocá-las à disposição do progresso econômico e social.

– Você marca com muita profundidade um dos problemas que permanecem abertos como uma ferida na consciência do mundo: o conflito israelense-palestino.

– Este conflito dura há 60 anos e ainda não se encontrou a maneira de reconciliar estes dois povos. Quando se vai à Palestina voltamos traumatizados pela forma como os israelenses maltratam seus vizinhos. A Palestina tem direito a um Estado. Mas também tem que reconhecer que, ano após ano, presenciamos como aumenta o grupo de países que estão contra o governo israelense, por sua incapacidade de encontrar uma solução. Pudemos constatar isso com a quantidade de países que apoiaram o presidente palestino Mahmud Abbas, quando pediu, diante das Nações Unidas, que a Palestina seja reconhecida como um Estado de pleno direito no seio da ONU.

– Seu livro, suas entrevistas e mesmo este diálogo demonstram que, apesar do desastre, você não perdeu a esperança na aventura humana.

Não, pelo contrário. Acho que diante das gravíssimas crises que atravessamos, de repente o ser humano acorda. Isso aconteceu muitas vezes ao longo dos séculos e desejo que volte a ocorrer agora.

– “Indignação” é hoje uma palavra-chave. Quando você escreveu o livro, foi essa palavra a que o guiou?

A palavra indignação surgiu como uma definição do que se pode esperar das pessoas quando abrem os olhos e vêem o inaceitável. Pode-se adormecer um ser humano, mas não matá-lo. Em nós há uma capacidade de generosidade, de ação positiva e construtiva que pode despertar quando assistimos a violação dos valores. A palavra “dignidade” figura dentro da palavra “indignidade”. A dignidade humana desperta quando é encurralada. O liberalismo bem que tentou anestesiar essas duas capacidades humanas - a dignidade e a indignação-, mas não conseguiu.

Tradução: Libório Júnior



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