sábado, 18 de setembro de 2010

Meu Pai fez 83 anos


Meu Pai fez 83 anos. Ontem.
Hoje comemoramos, com um churrasco, como manda o bom figurino gaúcho.
Saimos de casa eu e Mônica as 9h, demos uma passada pelo centro e depois rumamos pra casa de seu José. Ele já esperava com a carne comprada, em um novo açougue que ele descobriu. Esse é um dos esportes nacionais do gaúcho: " Descobri um açouguezito especial de primeira, é meio escondido....mas a carne, ó, da ponta da orelha, macia, e o preço é bom." Daí vem os detalhes de como foi a descoberta, quem indicou e todas as referências. O mate já corria solto.
Como a carne já estava providenciada, fomos aos apreparos do fogo na churrasqueira, seu José é metódico: primeiro se limpa a churrasqueira removendo as cinzas que porventura restarem nela, depois buscamos a lenha e os gravetos na galpão, oportunidade em que ele conta pela enésima vez de como conseguiu aquela madeira com o vizinho e eu não me incomodo nem um pouquinho com isso, depois catamos galhos finos de pinheiro nativo pra começar o fogo, essa parte é importante, o pinheiro nativo (araucária) tem uma resina muito forte e inflamável o que facilita barbaridade o acendimento do fogo. Daí vamos a montagem do material pra iniciar o fogo, colocamos 4 paus de lenha gossa formando um losango, bem no meio da churrasqueira, depois as folhas e galhos finos de pinheiro, em cima os gravetos e, por fim, colocamos madeira grossa por cima de tudo formando um cone. Aí é só acender um pedacinho de papel e colocar embaixo das folhas de pinheiro, oiga le tê fogo bem lindo!
Aceso o fogo, entre um chimarrão e outro, fomos espetar a carne e salgá-la, conforme os preceitos campeiros. Tem que ser sal grosso, só jogado sobre a carne, não se pode esfregar porquê estraga (salga demais) a carne. No final, depois de assado o churrasco, é só bater a carne que o excesso de sal cai.
Nesse interim foram chegando os convidados, Marlene ; do Paraguai veio Francis e o amigo Davi com seu violão, o Jonathan e o Paulinho, o Moacir estava por ali, depois chegaram Tia Eva e Tio Gringo. Servi um licor que trouxe de casa, pra abrir o apetite. Contamos causos, piadas, rimos bastante e eu observando a alegria do velhito, faceiro, tava um pancadão de botas, bombacha branca e lenço colorado no pescoço. a Marlene tirou fotos de todos com o Pai (Vô, etc).
Carne pronta, fomos ao almoço. Tudo estava delicioso! Da carne, maionese, à torta que a cunhada fez!
Findo almoço, partimos pra cantoria. O Davi no violão e voz, Francis fazendo a segunda e eu a terceira com voz de catacumba, o sobrinho Ale, roqueiro juramentado, compareceu e deu uma canja, até ser convocado pela namorada e sair feito um furacão! Hehehehehe!
Quando cantamos uma musicas bem gauchescas o Pai se emocionou e quase chorou. Tá emotivo meu velhinho. Mas o que me impressionou, já pela segunda vez, é o que canta esse menino Davi, afinado, voz melodiosa e acompanha bem no violão! Uma beleza!
Eram quase cinco da tarde quando, cansados de tomar cerveja e cantar, demos por encerradas as comemorações. Fica a promessa de, no ano que vem, se Deus quizer, a gente repetir esta feita novamente!

domingo, 12 de setembro de 2010

Domingo


Acordei cedo, liguei a tv, olhei o globo rural e a corrida de F1 até quase o fim, tomei banho, comi uma salada de frutas e liguei para M pra ela se aprontar.
Peguei a M na sua casa e fomos buscar Vô José e Vó Mimi pra irmos a Santo Ângelo visitar Tia Nara e Tio Naná (é bem mais fácil que o sisudo Nabucodonosor) conforme tinhamos combinado.
Primeira surpresa, a estrada pra Santo Ângelo está boa, sem buracos.
Havia previsão de chuvas, mas apesar de estar abafado, não choveu.
Santo ângelo continua do mesmo jeitão de sempre.
Fomos recebidos alegremente, Tia, Tio e Fábio, tomamos chimarrão, se ajeitava um churrasquito, uma maionesezita, batemos papo, relembramos os velhos tempos e, quando vimos já estava pronto o almoço.
Pena o Dudu não estar lá, queria conversar com ele sobre o ofício de escrever, que ele desempenha tão bem.
O almoço estava ótimo a sobremesa idem, marcamos de eles virem a Íjui me visitar, quero fazer um peixe assado pra eles, e vamos levá-los pra dançar!
Pra finalizar o dia, fui até o bar do Fausto pra ver o Inter jogar! Droga! Empatamos com o lanterninha.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Porquê?

Ah o amor, ah os relacionamentos!
Porque tem que ser tão complicado?
Porque não consigo me comunicar com esses seres tão estranhos que são as mulheres?
Porque tenho tanta dificuldade em ser entendido?
Porque sou tão calado?
Porque esse meu jeito de ser é entendido como frieza?
Porque as mulheres inteligentes com quem tenho afinidade sempre escapam pelos meus dedos?
Porque não as consigo reter junto a mim?
Porque de umas quase morro de ciúmes e de outras não?
Porque me apaixono pelas mulheres erradas?
Porque essa fixação em mulheres de olhos claros?
É egoismo querer uma mulher que se dedique a mim e eu a ela?
Sou egoista?
Existe essa mulher?

Ontem fiquei sózinho de novo



Ontem fiquei sózinho de novo. Feriado, fui ao centro ver a parada da Pátria, os milicos desfilaram, com a organização de sempre, detalhe com o passar do tempo os canhões evoluíram, antes eram 75mm agora 115mm e o alcance aumentou. Fico pensando na inutilidade disso, de que adianta ter um obus com um alcance de 15km, se lá do céu, um superpotência querendo, pode despejar uma tempestade de fogo que destruirá a humanidade, ou com precisão milimétrica pode destruir meia dúzia de pessoas deixando tudo ao redor intacto. Chose de loke, mas é a ciência a serviço do belicismo.
Mas o que eu queria dizer é que esses desfiles de 7 de setembro perderam o tesão, perderam aquele frisson que percorria cada estudante que ia desfilar. Brigávamos para desfilar, para guardar a pira da Pátria, brigávamos para ser atletas, havia um sentimento de pertencimento, sabíamos os hinos de cor, do Brasil, do Rio Grande, da Bandeira e outros. Que garoto hoje tem esse patriotismo?
É mico, não querem pagar mico. Mico é aparecer na internet não sabendo a letra do hino pátrio e virar gozação, isso sim é mico.
Depois dos milicos, vieram as criancinhas e as escola municipais, todo mundo dentro de carrocerias de caminhões e camionetes, ninguém marchando de passo marcado, banda só a do exército e a Banda Municipal Carlos Gomes, onde as fanfarras e bandas marciais, onde os milhares de jovens com uniformes de suas escolas, cadê a paquera, os olhares entre os meninos e as meninas, os olhares desafiadores entre os rapazes de escolas diferentes, onde o clima de festa, onde os escoteiros e bandeirantes cuidando a corda pra que não invadissem, cadê o povo que acorria aos milhares lotando as calçadas? Marcaram o inicio da parada para as 8:30h saí de casa atrasado, cheguei ao centro e deixei o carro a três quadras de distância, e, mesmo assim pude assistir ao desfile práticamente a 50 metros do palanque oficial, nem o povo se anima mais. Desanimado vim embora, nem vi o final.
Mas o que eu queria dizer, também, que venho notando a seguinte situação, morar sózinho é bom, mas nos feriados é ruim. Dá uma sensação de balão se esvaziando, de fogo se apagando, de ser diferente e não pertencer a essa maioria não pensante que domina a humanidade. Não que pertencer a essa maioria seja bom, mas as vezes é bom se misturar, só pela folia que dá.
Assim, já meia tarde, resolvi ir a um pesque e pague me misturar com o povo, peguei as tralhas, umas minhocas e me fui!
Lá chegando, quase não achei lugar pra estacionar, de tão cheio que tava! Adultos, crianças, jovens, velhinhos, tinha de tudo.
Ha muito tempo que não pego peixes no pesque pague, acho que estava com pé frio, sei lá!
Mas não fiquei sapateiro! Peguei um cascudo na carretilha! Cascudo só cai em rede, por causa da boca que é virada pra baixo, mas vá lá, peguei um de quase 1kg!
Mandei limpar, já estava anoitecendo, e vim embora. Preparei-o com sal e farinha de milho e fritei-o como manda o figurino e papei-o irremediavel e definitivamente. Mietze e Batatinha ratearam os despojos.
Então, já noite, fui pro computador, MSN, etc.