domingo, 11 de agosto de 2013

Dia dos pais.

Chimarrão, companheiro inseparável do gaúcho!

Tinha orgulho das suas parreiras.

Gostava de vinho tinto, um cálice por dia!
Hoje é dia dos pais, o primeiro de minha vida sem o meu. Durante esse tempo todo depois que ele faleceu (lá se vão 3 meses) não tive vontade nem inspiração pra escrever neste blog, quer dizer, até tinha uns assuntos que apareciam e eu pensava: é um bom assunto pra escrever, mas não dava. Com o coração e a alma em luto não tinha energia, nem vontade de escrever.
Mas hoje é dia dos pais, recebo mensagens dos meus filhos me felicitando, fico feliz por eles me amarem, pai imperfeito que fui e sou. Mas sinto a falta dele, do homem forte e vigoroso da minha infância, do homem maduro e sereno da minha juventude, do velhinho sábio e frágil nos seus últimos dias; sinto falta de você, Seu José!
Seu José não me ensinou a viver, ele me mostrou, deu exemplo, se ele tinha alguma falha, para nós os filhos procurava corrigi-la de forma que nós saíssemos melhores do que ele era, e quem é perfeito no mundo né?
Tinha uma paciência infinita, mesmo eu, primeiro rebento, meio cabeçudo e turrão tinha dele inúmeras chances de me corrigir, com seus conselhos e advertências para depois, muito tempo depois aplicar um corretivo. Mas pau que nasce torto, torto há de ficar, e eu continuava teimoso. Lembro que então meu pai resolveu me dar uma lição sem aplicar castigo físico, e assim fez. Um dia, eu ia aí pelos 12 ou 13 anos, ele me chamou no galpão, que era atrás da casa, e me mostrou uma tabuinha que ele tinha lixado, bem lisinha com um furinho em cima. Pendurou a tábua num prego da parede e me disse: "essa é tua tábua, cuide bem dela". Como eu não entendi bem qual era a mensagem, não dei muita bola, segui mantendo o comportamento habitual. Convém dizer que, praticamente todos os dias, antes de ir pro trabalho, ele me deixava alguma obrigação pra fazer. Tinha as habituais, como alimentar os coelhos, as galinhas e, até durante um tempo, uma porca que tivemos, também tinha que rachar lenha (que eu gostava muito) e capinar o pátio e a horta (que eu não gostava). Então eu fazia o básico e o que eu gostava, deixando as tarefas mais chatas prá lá. Um dia entrei no galpão e ele estava colocando um prego na tabuinha, não perguntei a ele o porquê.
Mais alguns dias, já haviam vários pregos, fiquei intrigado, mas ainda assim não perguntei.
No fim do ano ele me chamou novamente e enquanto ia retirando os pregos ( a tabuinha estava eriçada de tanto prego cravado)me falou, cada prego destes é uma desobediência tua, que aqui estou perdoando, mas quero que penses que a tabuinha é como o coração de um pai ou uma mãe, e me entregando a tabuinha sem nenhum prego, mas com muitas marcas. Aí eu alcancei o que ele queria me dizer! Confesso, doeu mais do que umas varadas! Desse dia em diante procurei melhorar minhas atitudes.
Pouco tempo depois, quando eu ia terminar a terceira série ginasial (influenciado por amigos que tinham parado de estudar para ir trabalhar) disse para ele que terminando o ginasial, não queria mais estudar, que já tinha estudado demais. Seu José não deu um pio. Quando dezembro chegou, eu já prelibando horas e horas de futebol, banho na sanga e algum namorico, Seu José me chamou. Aí me explicou que, como eu havia falado em parar de estudar então ia me colocar como auxiliar do Tio Leopoldo Steinhaus, que por sinal era pedreiro-construtor de mão cheia! Adeus futebol a tarde toda, banhos e pescarias na sanga, adeus namoricos, eu ia era trabalhar, e no pesado!
Construímos o muro que cerca o terreno da Igreja Metodista, aprendi a fazer massa, transportava tijolos, corria o dia inteiro pra lá e pra cá. No começo eu era muito lerdo, então o tio gritava lá de onde estava: "Massa mole!"; e o mole era eu! Tinha que fazer a massa rapidamente e colocar nas caixas já distribuídas estrategicamente. Ao final da empreitada recebi meu salário, cerca de um salário minimo, nunca tinha visto tanto dinheiro junto na minha vida! Reformei minha bicicleta velha, comprei bobagens, fui ao cinema, mas olhava pra minhas mãos, grossas, cheias de calos, ásperas como uma lixa e comecei a matutar, as férias já no fim.
Cheguei pro pai e falei: "É, acho que vou estudar mais um pouco!" 
Ao que o velho respondeu, na "catega": Eu só quis te dar uma amostra do que seria tua vida, sem mais estudo! Tive que reconhecer; matou no cansaço!
Hasta!

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Esse é o cara!

"A mim, na realidade, apaixonava o caminho do meio: bebedeiras, loucura e gente durante a noite. Solidão e silêncio de dia. Lia e escrevia diante do mar. Varadero continuava sendo uma praia e um povoado fantasma. Ali descobri que o ócio total e absoluto é imprescindível para o criador. Sempre será preferível para o escritor ter cinco centavos no bolso, mas dispor de todo o tempo e solidão, em vez de cem mil dólares em troca de viver como um louco no meio da sociedade, puxado pelo estresse".

Evo explica a verdadeira dívida externa

Do blog de Newton Finatto

Exposição do Presidente Evo Morales ante a reunião de Chefes de Estado da Comunidade Europeia

Quem deve a quem? Genial discurso de
 Evo Morales escondido pela mídia
Com linguagem simples, que era transmitida em tradução simultânea a mais de uma centena de Chefes de Estado e dignitários da Comunidade Européia, o Presidente Evo Morales conseguiu inquietar sua audiência quando disse:
Aqui eu, Evo Morales, vim encontrar aqueles que participam da reunião.
Aqui eu, descendente dos que povoaram a América há quarenta mil anos, vim encontrar os que a encontraram há somente quinhentos anos.
Aqui pois, nos encontramos todos. Sabemos o que somos, e é o bastante. Nunca pretendemos outra coisa.
O irmão aduaneiro europeu me pede papel escrito com visto para poder descobrir aos que me descobriram. O irmão usurário europeu me pede o pagamento de uma dívida contraída por Judas, a quem nunca autorizei a vender-me.
O irmão rábula europeu me explica que toda dívida se paga com bens ainda que seja vendendo seres humanos e países inteiros sem pedir-lhes consentimento. Eu os vou descobrindo. Também posso reclamarpagamentos e também posso reclamar juros. Consta no Archivo de Indias, papel sobre papel, recibo sobre recibo e assinatura sobre assinatura, que somente entre os anos 1503 e 1660 chegaram a San Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América.
Saque? Não acredito! Porque seria pensar que os irmãos cristãos pecaram em seu Sétimo Mandamento.
Expoliação? Guarde-me Tanatzin de que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue de seu irmão!
Genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomé de las Casas, que qualificam o encontro como de destruição das Indias, ou a radicais como Arturo Uslar Pietri, que afirma que o avanço do capitalismo e da atual civilização europeia se deve à inundação de metais preciosos!
Não! Esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata devem ser considerados como o primeiro de muitos outros empréstimos amigáveis da América, destinado ao desenvolvimento da Europa. O contrário seria presumir a existência de crimes de guerra, o que daria direito não só de exigir a devolução imediata, mas também a indenização pelas destruições e prejuízos. Não
Eu, Evo Morales, prefiro pensar na menos ofensiva destas hipóteses.
Tão fabulosa exportação de capitais não foram mais que o início de um plano ‘MARSHALLTESUMA’, para garantir a reconstrução da bárbara Europa, arruinada por suas deploráveis guerras contra os cultos muçulmanos, criadores da álgebra, da poligamia, do banho cotidiano e outras conquistas da civilização.
Por isso, ao celebrar o Quinto Centenário do Empréstimo, poderemos perguntar-nos: Os irmãos europeus fizeram uso racional, responsável ou pelo menos produtivo dos fundos tão generosamente adiantados pelo Fundo Indoamericano Internacional?Lastimamos dizer que não. Estrategicamente, o dilapidaram nas batalhas de Lepanto, em armadas invencíveis, em terceiros reichs e outras formas de extermínio mútuo, sem outro destino que terminar ocupados pelas tropas gringas da OTAN, como no Panamá, mas sem canal. Financeiramente, têm sido incapazes, depois de uma moratória de 500 anos, tanto de cancelar o capital e seus fundos, quanto de tornarem-se independentes das rendas líquidas, das matérias primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo. Este deplorável quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar e nos obriga a reclamar-lhes, para seu próprio bem, o pagamento do capital e os juros que, tão generosamente temos demorado todos estes séculos em cobrar. Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar de nossos irmãos europeus as vis e sanguinárias taxas de 20 e até 30 por cento de juros, que os irmãos europeus cobram dos povos do Terceiro Mundo. Nos limitaremos a exigir a devolução dos metais preciosos adiantados, mais o módico juros fixo de 10 por cento, acumulado somente durante os últimos 300 anos, com 200 anos de graça.
Sobre esta base, e aplicando a fórmula europeia de juros compostos, informamos aos descobridores que nos devem, como primeiro pagamento de sua dívida, uma massa de 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, ambos valores elevados à potência de 300. Isto é, um número para cuja expressão total, seriam necessários mais de 300 algarismos, e que supera amplamente o peso total do planeta Terra.
Muito pesados são esses blocos de ouro e prata. Quanto pesariam, calculados em sangue?
Alegar que a Europa, em meio milênio, não pode gerar riquezas suficientes para cancelar esse módico juro, seria tanto como admitir seu absoluto fracasso financeiro e/ou a demencial irracionalidade das bases do capitalismo.
Tais questões metafísicas, desde logo, não inquietam os indoamericanos. Mas exigimos sim a assinatura de uma Carta de Intenção que discipline os povos devedores do Velho Continente, e que os obrigue a cumprir seus compromissos mediante uma privatização ou reconversão da Europa, que permita que a nos entregue inteira, como primeiro pagamento da dívida histórica.
Segundo algumas fontes este teria sido o texto de um discurso feito pelo embaixador Guaicaípuro Cuatemoc, de descendência indígena, defendendo o pagamento da dívida externa do seu país, o México, embasbacou os principais chefes de Estado da Comunidade Européia. A conferência dos chefes de Estado da União Européia, Mercosul Caribe, em maio de 2002 em Madri, viveu um momento revelador e surpreendente: os chefes de Estado europeus ouviram perplexos e calados um discurso irônico, cáustico e de exatidão histórica que lhes fez Guaicaípuro Cuatemoc.*