sexta-feira, 21 de maio de 2010

Amor na Internet

Sou um dinossauro dos computadores pessoais, os famosos PC´s. Quando eles surgiram no Brasil, a empresa em que trabalhava tratou de treinar seus funcionários para utilizar a nova tecnologia, que iria revolucionar o trabalho em todos os setores das empresas.
Causou medo no início, trabalhos que eram realizados por dezenas de pessoas de uma hora pra outra eram substituidos por um funcionário e um PC! Quem não acompanhou a evolução dançou.
Logo estávamos utilizando computadores para transações à distância com bancos e seguradoras, com clientes e fornecedores, uma facilidade!
Corte pra vida pessoal, surge a internet e com ela a possibilidade de comunicação com pessoas do planeta todo.
Jogos on-line, e-mail, sites de relacionamento e então o namoro cibernético, os casamentos de pessoas que se conheceram via computador.
Eu ria disso, achava meio fantasia você se apaixonar por alguém que, normalmente, está a milhares de quilômetros de sua casa!
Mas, quando me separei, entrei num site de relacionamentos e coloquei meu perfil lá, mais por curiosidade do que por acreditar que fosse acontecer alguma coisa.
A primeira surpresa foi a quantidade de contatos feitos por mulheres sozinhas!
Entenda-se, tenho 56 anos, estou acima do peso e não me considero bonito, fato confirmado por pessoas próximas. No máximo, sou avaliado como charmoso, ou seja, feio porém arrumadinho!
E a mulherada dê-lhe mandar mensagens, querendo fazer contato!
Bonitas, feias, novas, velhas, se bem que as novas normalmente ou é virus ou "phishing".
E eu olhando mas não me decidindo por nenhuma, até que, alguém me mandou um "oi".
Assim, "oi".
Eu demorei a ver esse oi, olhei e era uma mulher com uma foto de perfil, no escuro, luz e sombra, só podia ver o perfil mas não os traços do rosto. Mora a mais de mil km da minha casa.
Normalmente são fotos do rosto, ou de longe, ou as mais atiradas, de biquini, e/ou mostrando o que possuem de mais bonito ou atraente.
Fiquei curioso, fui ao perfil e havia fotos dela, normal, com filhas, e surpresa, até uma de biquini!
Entabulamos conversa, ela me confessou que achava que não tivesse me interessado, pela demora em responder! E assim começou, instalei a video cam e um microfone, já houve dias em que ficamos conversando até as 4h da manhã! Comunhão de idéias, formas de pensar muito parecidas, contamos nossas vidas um ao outro. Conversamos praticamente todos os dias. Capitulei, a internet é um excelente cupido!
Mas também é pela internet que temos grandes decepções, as pessoas criam uma relação ilusória, você mergulha de cabeça e, depois, o seu tapete é puxado com a maior sem cerimônia, e aí? Só fica a decepção!
Portanto, vou continuar com a minha primeira opinião!

domingo, 9 de maio de 2010

A surpresa

Ontem armamos uma pro Wagner, nosso colega e novo coordenador do curso!
Ele faz aniversário hoje, durante a semana perguntamos, meio de gozação, se ia ter festa. Ele respondeu que não, porquê esse ano o aniversário dele estava coincidindo com o dia das mães. Ele não queria ficar recebendo as inevitáveis gozações que viriam.
Sabendo disso, combinamos uma surpresa pra ele, ligamos pra Luciana, filha dele, e pedimos pra prendê-lo em casa no sábado à noite. Organizamos os comes e os bebes, pra não dar serviço pra esposa dele, não dar muito serviço, bem entendido! Eu levei uma maionese pronta, Evanise também, o Fábio e o Diego se encarregaram da carne e da cerveja de litro. foram também a Taciara com o esposo Marcos e o filho, e o Jeverson. A Luciana combinou com a mãe pra dar um migué no Wagner, fizeram ele sair de casa um pouco antes das sete da noite, nesse meio tempo chegamos entramos e nos escondemos, Luciana chama o pai dizendo que havia uma visita em casa que era pra ele vir.
Mas ele não é bobo, quando chegou em casa foi estacionar o carro, viu na rua do lado uns carros estacionados, olhou e pensou:" Mas esse é o carro do Diego, mas esse é o carro do Marcos, e esse é o carro da Taci" Só não conheceu o carro do Jever porquê o Jever vai a pé pro serviço!
Aí já entrou em casa desconfiado, procurando, nós escondidos na área de serviço, quando abriu a porta foi aquela gritaria!
Fabio, Diego e Jever começaram a organizar o churrasco, Daniel o marido da Luciana em roda.
Ajudou o Jever a acender o carvão, que tava meio difícil, ajudou o Fábio a espetar a carne, Diego salgou e aí os tres malandros se olharam e foram se afastando de fininho e deixaram o Daniel assando!
Churrasco pronto, fomos comer e a Eva veio com o presente, uma loção para cabelos!
Risos gerais! O Wagner é careca! kkkkkkkkkkkkk
Depois foi dado o presente verdadeiro, que então, aliviado o Wagner agradeceu.
Mas não escapou da gozação dos parabés pelo seu dia, o dia das mães!
Em tempo, este que vos narra fez uma coisa que até hoje ninguém conseguiu entender! Eu me perdi em Catuípe, essa metrópole das águas minerais! Confundi uma casa na entrada da cidade com a casa do Wagner, e ainda estranhei que todos passaram por mim sem parar! Depois de me dar conta do engano, fui obrigado a enfrentar as gozações de todos, afinal Catuípe é uma cidade de primeira!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Os Dourados


Seu José, eu nem era nascido ainda, costumava ir pescar nas férias, com os colegas da Cia de Fumo Souza Cruz, onde trabalhava.
Numa dessas, foram, cerca de dez homens, pescar no rio Camaquã. Chegaram ao local, desceram as tralhas, montaram acampamento e o tempo começou a fechar, formando uma barra negra no horizonte e já se viam os relâmpagos e ouvia-se o rumor surdo dos trovões. Quando o tempo se arma pra chuva é a hora propícia pra se pescar de arpão, pois os peixes todos saem pra caçar. Um dos pescadores tinha trazido um arpão de três fisgas e um "silibin" (lâmpada com luz forte, alimentada a bateria) pra clarear o fundo do rio. Seu José e mais um se apresentaram como voluntários pra ir com o tal do arpão. O tempo já escuro, coberto pelas nuvens de chuva.
Entraram na canoa, o um remava na popa, seuJosé no meio, com um facão na mão e, na proa, o cara com o arpão e o foque iluminando os pedras do fundo do rio. Era uma corredeira que, pra cima tinha uma pequena queda dágua, em formato de muro, formada pela natureza. Nisso o arpoador avista um par de piracanjuvas nadando lado a lado, lentamente, quase à flor dágua, peixes grandes e bonitos, arremessou o arpão que pegou de raspão mas não fisgou, e, azar, o arpão bateu numa pedra e quebrou um dente! Os peixes assustados espadanaram, jogando água pra todos os lados, molhando os pescadores.
Mais a frente, o do arpão ilumina um cascudo, enorme, novo arremesso, novo raspão e menos um dente! Tava feia a coisa!
Resolveram tentar mais um pouco, foram chegando perto da queda dágua, e ali, viram um dourado, grande, bonito como ele só! O arpão voou, o homem forcejou, girou o corpo e jogou o peixão no fundo da canoa. Seu josé, rapidamente, larga o facão, de fio, na cabeça do dourado evitando que ele saltasse! Morto o dourado, foi aquela festa! Pesaram o bicho, deu sete quilos, bichão!
50 anos depois. Estou acampado à beira do rio Uruguai com mais 5 companheiros. Com o auxílio do filho do proprietário das terras, colocamos uma rede e um espinhel. Pescamos de carretilha e linha de mão, mas, o rio muito baixo não nos favoreceu.
Pensávamos que iríamos voltar pra casa de mãos abanando. Sol alto, perto do meio dia, o rapaz apareceu e perguntou se alguém queria ir junto revisar o espinhel, me ofereci.
Na canoa, eu com uma faca de churrasco, presente do seu José, na mão, subimos a corredeira até onde estava amarrada a ponta do espinhel e começamos a revisar, jundiás, pintadões, armados, mas nenhum peixe grande.
Nisso, na outra ponta do espinhel ouvimos o ruido de peixe fisgado se debatendo, ruido grosso, sinalizando peixe grande, olhamos e, naquele exato instante o peixe saltou! Alto, mais de metro fora dágua, o sol a pino incidiu sobre as escamas do peixe irradiando uma profusão de reflexos dourados como ouro puro! Coisa muito bonita de se ver!
Nem eu nem o rapaz havíamos pego um dourado na vida! O rapaz que acompanhava o pai nas pescarias falou: "Seu Marcos, vou puxar o dourado pra canoa e o senhor me ajuda a evitar que ele pule da volta nágua, certo? Esse bicho tem força!"
Concordei. Ele veio trazendo o bichão, procurando cansá-lo, até que jogou-o no fundo da canoa, bati com a faca de churrasco na cabeça do peixe, mas não fez efeito. O bicho deu um pinote e quase se vai pra fora da canoa, nos jogamos os dois em cima do peixe e eu continuei batendo com a faca até ele parar de se mexer. Aí foi aquela festa no acampamento! Já não estávamos sapateiros! E na revisão da rede ainda havia um surubi de bom tamanho! Fotos, risadas e cerveja argentina de litro complementaram a pescaria.

Futebol Sete - Grande Atuação do Marcão


Neste feriado de 1º de Maio, ocorreu o confronto entre o time dos Habilidosos ao qual Marcão pertence e o time do Gói, no majestoso estádio do Gelson, situado às margens do rio Potiribu.
O veteraníssimo atleta de 56 anos teve atuação destacada na partida, graças a seu senso de colocação na grande área adversária, sua grande experiência e à habilidade para bater na pelota, colocando-a fora do alcance do goleiro adversário, fazendo 6 (seis!) gols! Tanto que houve substituição do goleiro 2 vezes, na última o Gói foi pro gol irritado com o time!
A atuação de Marcão foi apreciada por torcedores presentes (2 torcedores), de tal forma que um cidadão de idade semelhante à de Marcão comentou: "É incrivel, tenho seis anos menos e já parei faz 20 anos e o senhor ainda consegue jogar e fazer gols! Parabéns!". Ao que Marcão desvanescido agradeceu. O outro torcedor não comentou nada.
O time dos Habilidosos venceu por 10 x 6, vitória comemorada condignamente pelos atletas no quiosque do Gelson, que óbviamente fica ao lado do campo, com muita cerveja e xistes entre os atletas.
Os Habilidosos jogaram com camisa e o time do Gói sem camisa, pra não dar confusão.
Também nesta partida o zagueiro Geovanni não deu muito pontapé e então não foi preciso todo o time correr para evitar o seu linchamento pelo time adversário. O Geová (para os intimos) se destaca pela habilidade de aplicar canetas, dribles da vaca e balõezinhos nos atletas adversários dentro da área, o que resulta em muitos gols da equipe contrária, pois normalmente não consegue completar a jogada.
Sábado que vem tem revanche!

sábado, 1 de maio de 2010

O caso da faca

Meu pai certa vez ganhou uma faca do tio Merico, irmão dele. Era uma faca de lei, o fio uma navalha, com uma boa bainha artesanal, própria para churrasquear com gosto! Essa faca meu tio havia achado no campo.
Pois certa feita, fomos pescar numa fazenda lá para os fundões de Julio de Castilhos e o pai levou a faca, além da tralha normal de pesca e da espingarda 28. Havíamos ido com outro caminhão que não era o International, esse possuia caçamba basculante e era um Mercedes toco.
O fazendeiro, quando viu o caminhão, pediu que fizéssemos um favor a ele, havia umas pedras que ele precisava transportar de um lugar pra outro dentro da fazenda para fazer não sei que obra. O Gusto (Augusto) pensou um pouco e respondeu: "Se o Sr. der o óleo e uns peões pra carregar o caminhão, fazemos sim!"
Dito e feito!
O homem abasteceu o caminhão, arrumou a peonada, e, em duas ou três viagens estava resolvido o problema! Como prêmio pela boa ação ganhamos uma ovelha já carneada, prontinha pra assar! Quando anoiteceu fizemos o churrasco de ovelha.
O fazendeiro compareceu ao acampamento pra prosear um pouco e participar da janta. Quando a carne ficou pronta, seu José sacou da cherenga e deu um talho na paleta da ovelha tirando uma lasca e ainda se gabou: "Isso é que é fio!"
Nisso o fazendeiro viu a faca e pediu pra olhar, que a faca parecia muito boa mesmo. Seu José, prestimoso, colocou a faca na bainha e alcançou pro homem. Ele examinou a faca, elogiou dizendo que era excelente mesmo e sentenciou, já colocando-a na cintura: " Pôs aceito o presente, seu José, é um regalo que nunca vou esquecer."
Seu josé murchou que nem pão abatumado, mas matou no peito!
A pescaria terminou, íamos saindo e passamos na sede para agradecer quando o fazendeiro chamou um peão e mandou trazer meia ovelha pra nos dar de presente.
Seu José, então, ficou mais conformado pela perda da faca.