quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Impressões de viagem - Acampar (3)

Nessa semana onde eu e Moniquinha saímos pelo mundo sem nos preocuparmos muito com o destino final, tivemos a oportunidade de apreciar algumas coisas, depreciar outras e tirar algumas conclusões ou pelo menos impressões do que vimos.
Deliberadamente saímos sem pressa, até porque não sabíamos quando seria a primeira parada, então me mantive entre os 80 e, no máximo, 100km/h, eventualmente um pouco mais ao fazer uma ultrapassagem.
Primeira constatação; não sei se por causa da campanha e blitzes contra beber e dirigir, os motoristas estão mais comportados. Exceções: proprietários de camionetes, que acreditam ser a lei só pros outros e a praga do verão: motoristas castelhanos, estes ignoram olimpicamente toda e qualquer lei de trânsito brasileira, dirigem em alta velocidade, fazem ultrapassagens temerárias, uma loucura!
Impressionou, até porque fiquei pulando de uma BR para outra, a quantidade de pedágios, tá certo os caras procuram manter a estrada melhor conservada, mas também, com o rio de dinheiro que arrecadam todos dias até eu! Soube que os pedágios serão desativados na medida que os contratos forem vencendo, só espero que a manutenção das estradas não vá pro beleléu!
Nossa primeira parada, foi no Parque das Tuias, no município de Fontoura Xavier, não chegamos a entrar, já na portaria recebemos a notícia de que o empreendimento, em função de restrições impostas pela fiscalização, não permitia ou retringia uma série de coisas que para um campista são normais, tipo, fazer sua própria comida, assar um bom churrasco, pescar, restrições com armas (faca de churrasco é uma arma), enfim tudo tinha que ser comprado do parque. Frustrados desistimos.
Seguimos subindo a serra e, em Marques de Souza encontramos vários campings/balneários, e aí mais uma dificuldade, os donos destes locais estavam optando por não mais receber campistas, mantendo a frequencia apenas nos fins de semana e somente durante o dia. Justificativa: os jovens ( magrinhagem, na definição de um proprietário) acampavam em bandos, promoviam arruaças, bebedeiras e som alto madrugada afora, ou seja, muito incômodo. Por sorte, um deles ainda recebia campistas, depois de verificar a faixa etária e intenções, como já passamos do peso e da idade pra fazer bagunça fomos aceitos.
O local aprazível, organizadinho, limpo, bem gramado, com boa sombra, tomadas de energia, torneiras, banheiro, só falta colocar umas mesas fixas ao lado das churrasqueiras. Se o dono não desistir recomendo.
Havia chovido antes de chegarmos ali, então a grama estava úmida, ficamos um dia e resolvemos partir, seguir adiante. Resolvemos ir para a Costa Doce, mais precisamente Tapes, onde a décadas eu já havia acampado.
 No caminho propus pra Mônica atravessarmos o Rio Jacuí de balsa em Barão do Triunfo, como ela aceitou, lá fomos nós!
Depois desta aventura, um momento de volta ao passado, visitei minha antiga casa em Charqueadas, onde residi e trabalhei por nove anos. A vila residencial está mudada, mais casas, não está mais padronizada, com casas iguais em cada núcleo habitacional, no entorno da vila muitas construções, cresceu!
Lagoa dos Patos ao entardecer

Então demo via a Tapes. Chegamos aí pelas 18h, depois de alguns desencontros afinal entramos no Camping Fagundes (secretamente alimentei a curiosidade de saber se o Nico, o Bagre ou o Neto frequentavam o local) onde fomos recebidos por vários velhotes e instados a nos instalarmos pra depois "fazer a ficha". Assim fizemos, quando voltei na portaria, a pergunta: mas vocês são de Ijuí mesmo? Estavam admirados de alguém viajar uns 600km pra acampar ali, a freguesia é da grande Porto Alegre.
Os velhotes são moradores fixos do local, tem suas barracas e ficam ali o ano todo recebem um desconto no aluguel por ajudarem a manter o camping. Um a um vieram até nós, puxaram assunto, puseram-se a disposição pra caso necessitássemos. Ao nos instalarmos, nos demos conta que devíamos ter trazido extensões, rabicho com lâmpada e precisávamos de uma mesa! Um caixote de madeira abandonado por alguém acabou servindo de mesa, o vizinho (Seu Paulo e Dª Geni, de Guaíba) da barraca ao lado emprestou um rabicho com lâmpada e, como paxás estávamos instalados! Depois fomos descobrir que o chão de areia é muito duro e decidimos melhorar o item colchonetes para as próximas aventuras.
Ficamos 5 dias, em todos os dias houve sol, pescamos, caminhamos na praia, visitamos a cidadezinha, tiramos fotos, cozinhamos, comemos em restaurantes, fizemos compras, espiamos a internet (sem jogar) enfim descansamos a cabeça naquela paz e tranquilidade.
 A exceção foi o domingo!
Domingo pela manhã, levantei, tomei café e me dirigi ao banheiro pra escovar os dentes. Quando voltei, o susto, haviam invadido nossa praia! Cerca de 50 pessoas se aboletavam ao nosso redor (um ônibus de excursão inteiro!), e começaram a chegar carros com mais gente e todo mundo se instalou ali. Conversas, risos, gritinhos de uhuuu, alguém colocou um som (sertanejo universitário, mas tudo bem), o tempo foi passando o pessoal se espalhou, alguns foram ao banho na lagoa, outros começaram a preparar o churrasco dominical e nós a preparar o almoço. Foi aí que uma galera decidiu radicalizar! Meteram um funk da pesada! As rimas da letra (?) da musica (?) eram positivamente qualquer coisa! Tipo moda/f.da e assim por diante. Diante da impossibilidade de ficar ali sem acabar matando um ou dois funkeiros, comemos às pressas, preparamos o mate e fugimos para a extremidade da praia oposta à que esse povo estava e lá passamos quase toda a tarde! De lá deu pra assistir cenas de sexo explícito dentro dágua, enquanto crianças brincavam ao redor.
Felizmente as 16:30 a coordenadora da excursão deu sinal de recolher e às 17h já estava de volta a paz e a tranquilidade do local.
Outro fato ocorreu na sexta- feira. Três rapazes, um maior e dois menores, instalaram uma barraca fora da área do camping e levaram para lá três meninas ( idades de 12 a 14 anos), convém dizer que as meninas foram por livre e expontânea vontade, passaram a noite lá. A mãe de uma delas chamou a polícia e fez a denúncia. Pela manhã a brigada militar prendeu os rapazes e conduziu todo mundo pra delegacia, os dois menores foram liberados depois dos registros de praxe e o maior recolhido à cadeia ( pelo pouco que sei, manter relações com menor de idade, mesmo consentido, é considerado estupro).
Que côsa.
Mas tirando esses fatos, que apimentaram um pouco o passeio, foi um bom período de descanso!

Põr do sol em Tapes











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