quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Ontem fiquei sózinho de novo



Ontem fiquei sózinho de novo. Feriado, fui ao centro ver a parada da Pátria, os milicos desfilaram, com a organização de sempre, detalhe com o passar do tempo os canhões evoluíram, antes eram 75mm agora 115mm e o alcance aumentou. Fico pensando na inutilidade disso, de que adianta ter um obus com um alcance de 15km, se lá do céu, um superpotência querendo, pode despejar uma tempestade de fogo que destruirá a humanidade, ou com precisão milimétrica pode destruir meia dúzia de pessoas deixando tudo ao redor intacto. Chose de loke, mas é a ciência a serviço do belicismo.
Mas o que eu queria dizer é que esses desfiles de 7 de setembro perderam o tesão, perderam aquele frisson que percorria cada estudante que ia desfilar. Brigávamos para desfilar, para guardar a pira da Pátria, brigávamos para ser atletas, havia um sentimento de pertencimento, sabíamos os hinos de cor, do Brasil, do Rio Grande, da Bandeira e outros. Que garoto hoje tem esse patriotismo?
É mico, não querem pagar mico. Mico é aparecer na internet não sabendo a letra do hino pátrio e virar gozação, isso sim é mico.
Depois dos milicos, vieram as criancinhas e as escola municipais, todo mundo dentro de carrocerias de caminhões e camionetes, ninguém marchando de passo marcado, banda só a do exército e a Banda Municipal Carlos Gomes, onde as fanfarras e bandas marciais, onde os milhares de jovens com uniformes de suas escolas, cadê a paquera, os olhares entre os meninos e as meninas, os olhares desafiadores entre os rapazes de escolas diferentes, onde o clima de festa, onde os escoteiros e bandeirantes cuidando a corda pra que não invadissem, cadê o povo que acorria aos milhares lotando as calçadas? Marcaram o inicio da parada para as 8:30h saí de casa atrasado, cheguei ao centro e deixei o carro a três quadras de distância, e, mesmo assim pude assistir ao desfile práticamente a 50 metros do palanque oficial, nem o povo se anima mais. Desanimado vim embora, nem vi o final.
Mas o que eu queria dizer, também, que venho notando a seguinte situação, morar sózinho é bom, mas nos feriados é ruim. Dá uma sensação de balão se esvaziando, de fogo se apagando, de ser diferente e não pertencer a essa maioria não pensante que domina a humanidade. Não que pertencer a essa maioria seja bom, mas as vezes é bom se misturar, só pela folia que dá.
Assim, já meia tarde, resolvi ir a um pesque e pague me misturar com o povo, peguei as tralhas, umas minhocas e me fui!
Lá chegando, quase não achei lugar pra estacionar, de tão cheio que tava! Adultos, crianças, jovens, velhinhos, tinha de tudo.
Ha muito tempo que não pego peixes no pesque pague, acho que estava com pé frio, sei lá!
Mas não fiquei sapateiro! Peguei um cascudo na carretilha! Cascudo só cai em rede, por causa da boca que é virada pra baixo, mas vá lá, peguei um de quase 1kg!
Mandei limpar, já estava anoitecendo, e vim embora. Preparei-o com sal e farinha de milho e fritei-o como manda o figurino e papei-o irremediavel e definitivamente. Mietze e Batatinha ratearam os despojos.
Então, já noite, fui pro computador, MSN, etc.

2 comentários:

  1. "Mietze e Batatinha ratearam os despojos" Eca! hahahahahaha

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  2. Ficar sozinho... ontem de novo... já te disse um dia, vou repetir: todo ser humano foi feito para viver acompanhado; o fogo da juventude é necessário para atrair o/a melhor segundo nossos conceitos; mas, com o correr do tempo, é necessário um companheirismo para, na velhice, ter alguém para tomar chimarrão e papear debaixo da bergamoteira...refletir é bom!

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