Caos

É tradicional.

Cada governo que se instala em nosso estado, procura frenéticamente impor sua filosofia criando uma "marca" que fique indelevel na memória dos cidadãos. Está acontecendo novamente; o PT sucede o PSDB no poder estadual e começa a apagar as marcas deixadas pelo governo anterior nas diversas áreas de atuação a que tem acesso.

Na educação, que teve uma reforma a pouco mais de um ano, promovida pelo governo Yeda, à qual estamos nos adaptando a duras penas (e conforme acenos do atual governo deve ser "desimplantada"), está vindo, "de cima pra baixo" uma outra reforma com reestruturação radical no modelo educacional.

Trata-se das Escolas Politécnicas, segundo fontes do próprio governo, seria a implantação da formação profissional agregada ao ensino médio, tudo formando um curso só.

O curioso é que, ao invés de aumentar, a inovação dimimui, era de se supor que ao somar um curso técnico à formação do ensino médio, tivéssemos o aumento da carga horária, para atender a todos os assuntos pertinentes.

Ledo engano, a proposta apresentada pelos representantes da coordenadoria de educação, dá conta que haverá redução das horas, tanto no ensino médio como no técnico no intuito de "aperfeiçoar" o modelo educacional (ou seja, menos é mais!). Só não souberam explicar como isso acontece!

Então, um curso técnico como o de Mecânica, com mais de 2500h é "aperfeiçoado" para 800h, e os professores que se virem pra colocar  em 5h semanais o que era ministrado em 25h.

Caos!

No ensino médio, a mesma coisa.

Caos!

Vai sobrar professor, embora o governo afirme o contrário, é só fazer as contas.

Caos!

Talvez o governo queira suprir a falta de professores dessa forma, fazendo sobrar gente para depois realocá-los sem precisar aumentar o quadro, seria uma solução genial (pelo menos para quem precisa administrar a falta de pessoal).

Outra coisa que causa espécie; tanto o governo anterior (Yeda), como o governo atual (Tarso), apresentaram como inovação filosofias/métodos requentados de muitos anos atrás. O modelo de ensino por competências implantado por Yeda tem mais de 40 anos da sua criação e já foi abandonado pelo SENAI que era entusiasta desse método de ensino, a conjugação do ensino médio+técnico era usado na década de 90 ou é mais antigo ainda.

Os burocratas de plantão, acredito, não imaginam o transtorno que é trocar o método de ensino assim, em curtos períodos. Manter o curso no formato antigo até todos os inscritos nele se formarem, implantar o novo paralelamente, manter registros diferenciados, avaliações diversas (por nota/por conceito), estamos assim, nesse momento, agora imagine entrar um novo modelo, tem professor que vai pirar de vez!

Sem contar que o piso salarial, que é lei criada pelo atual governador, então ministro da educação, não está sendo cumprida. É muita coisa  para nós, pobres professores!

Secretário José Clóvis de Azevedo

Governador Tarso Genro

Marcos C. Fontoura é Administrador e Professor do Curso Técnico em Mecânica da Escola Técnica Estadual 25 de Julho, Ijuí, RS

Então é hora de fazer um apelo aos  poderosos de plantão: por favor, deixem-nos trabalhar em paz e nos paguem o que nos é devido!