Projeção da própria construtora está em documento que Correio do Povo teve acesso |
A Andrade Gutierrez pode até abandonar a reforma do Beira-Rio e deixar o Rio Grande do Sul vendo a Copa do Mundo pela televisão. Mas é certo que não fará isso motivada pela falta de rentabilidade do negócio. Estudos encomendados pela própria construtora, aos quais o Correio do Povo teve acesso, apontam para uma receita total de mais de R$ 75 milhões somente no primeiro ano após a reforma do estádio.
O material faz parte da proposta apresentada ao Banrisul como parte dos argumentos para convencer a instituição a ser entreposto do empréstimo de R$ 203 milhões. Esse montante viria do BNDES e, junto com os aportes da própria Andrade Gutierrez e também do Inter, chegaria aos R$ 333,1 milhões previstos para a reforma do estádio. O Inter já investiu R$ 14 milhões nas obras realizadas até maio (fundações da cobertura e instalações pluviais), quando foram paralisadas, e deve pagar mais R$ 26 milhões assim que o contrato for assinado.
Os R$ 75 milhões apresentados terão origem em locação de áreas auxiliares (lojas, restaurantes, etc.) dentro do complexo, naming e sector rights (venda do nome do estádio ou de setores dele para outras empresas), locação para shows e eventos, cadeiras vips e camarotes. A parte mais rentável do novo Beira-Rio serão as 5 mil cadeiras vips que serão instaladas em uma área nobre do estádio. Se vendidas em sua totalidade, devem render mais de R$ 27 milhões por ano para os investidores. Depois, os camarotes, que renderão cerca de R$ 15 milhões ao ano.
A má notícia é que, segundo a previsão inicial, a construtora espera concluir a reforma em 24 meses, depois do prazo estipulado pela Fifa para a Copa.
Clube nega reunião para ter Plano B
Na realidade, o Inter não tem outra opção neste estágio que não seja acertar a parceria com a Andrade Gutierrez. A tal reunião com um conglomerado de construtoras gaúchas, que teria ocorrido na noite dessa terça-feira, nunca existiu. “Essa informação é totalmente improcedente”, afirmou o presidente Giovanni Luigi.
Mesmo que houvesse a possibilidade de buscar um novo parceiro, ela teria de ser aprovada outra vez pelo Conselho Deliberativo. As etapas da minuta e também da elaboração do projeto teriam de ser refeitas. Ou seja, não teria como concluir o Beira-Rio até dezembro de 2013. “Não tem Plano B. Pelo menos, foi isto que o presidente Luigi falou. E, sinceramente, acho isso ruim para o Inter”, diz o ex-presidente Pedro Paulo Záchia, que esteve na reunião realizada ontem à noite no Beira-Rio.Fonte: Correio do Povo |
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