No post logo abaixo, coloquei algumas fotos que fizemos do passeio em que levamos seu Zé e DªMimi a São Luiz Gonzaga e São Borja, onde foram visitar Tia Maria Emília e Tio Alceu e suas respectivas famílias.
Revimos pessoas queridas, tios, primos e já os filhos dos primos, que estão grandes, e nos damos conta que envelhecemos irremediavelmente! A vida passa, envolvidos em nossos problemas diários perdemos contato com os nossos, vamos nos isolando, nos tornamos ilhas a deriva, muito pouco de nossas raízes restam.
Então, quando nos encontramos, é uma festa, sentimos a alegria de rever aqueles que são do nosso sangue trocamos informações, relembramos fatos do passado, ficamos felizes enfim.
Meu velhinho José já apresenta os sintomas da idade avançada, meio surdo, a memória falha e lhe prega peças, mas não esquece dos manos (os que ainda restam vivos) e é bonito de ver o carinho, o amor de irmãos, com que se dão as mãos e sorriem um para o outro! A tia Maria Emília, que é um ano mais velha, está mais fraca, apesar de não ter nenhuma doença grave, já está numa cadeira de rodas e surda (surdez = Fontoura idoso), cercada pelo filhos e netos vai vivendo a sua velhice.
Triste foi ver o prédio da Igreja Metodista, fechado, abandonado e à venda, os fiéis, que eram poucos foram envelhecendo, morrendo até que a igrejinha fechou por ser economicamente inviável. A última Metodista de São Luiz Gonzaga viva, creio ser minha tia.
São Borja, foi lá que nasceu o seu Zé, pequeno foi pra São Luiz, mas durante um tempo visitou-a, quando um dos filhos bancário veio trabalhar ali. O engraçado é que seu Zé jurava não conhecer São Borja afirmando que, finalmente, ia conhecer a cidade onde nasceu.
O alemão Alzeimer é assim, rouba coisas da memória da pessoa.
Visitamos o Tio e sua amada Maria na casinha bonitinha que eles habitam, como não havia lugar pra todos fomos (eu e Mônica) dormir na casa de uma prima dos Fontoura, a Bráulia e o esposo Luiz que vivem na mesma quadra dos tios.
Foi a prima Bráulia que nos contou,mais tio Alceu, que podíamos ser muito ricos como herdeiros dos Silva e dos Fontoura. Eu sempre ouvi essa história da herança, uma fazenda enorme, concessão do Imperador para antepassados nossos (bisavôs) e agora descubro que não era uma, mas sim duas fazendas enormes em terras de arroz e gado aqui em São Borja. Uma ficou como terra devoluta e foi tomada por posseiros, não havendo hoje forma de recuperá-la, a outra, numa tradição de família quando morria o patriarca, era assumida pelo filho mais velho, as filhas não ficavam com nada. Esse filho mais velho, do ramo Silva, tomou posse e passou tudo para o nome dele. Então nós os outros (descendentes da Vó Dadade) ficamos assim, pobres de marré.
Também contou como o vô Guta perdeu a colônia de terra que tinha para um primo dele (Silva né). Eram lindeiros, esse primo vivia na cidade e contratou vô Guta para cuidar de suas terras, enrolão, dava dinheiro pro vô, mas não dizia exatamente pra quê. Vô Guta, honesto e consciencioso( e inocente, e ingênuo), aplicava todo o dinheiro em melhorias nas terras do primo. Até que um dia o tal primo disse a ele: "Acho que todo esse dinheiro que te dei já chega pelo valor das tuas terras, então quero que desocupe elas."
E seu Guta foi pra cidade se virar porque tornou-se um sem terra.
Mas voltando ao passeio, fomos ao Porto, passando pelo bairro do Passo, jantar e passear naquele que é o ponto de encontro dos São Borjenses, o carnaval, inclusive, é feito ali. Movimento intenso, pessoas de todas as idades, uma sequência de bares e restaurantes oferecendo principalmente pratos com peixes do Uruguaizão que passa bem ali na frente, olhamos o trapiche que entra rio adentro, vimos ao longe a ponte que atravessa para a Argentina (esse passeio ficou pra outra vez pois estávamos sem documentos) e depois da caminhada e fotos fomos jantar. Pati ao molho de requeijão, com os devidos acompanhamentos, foi o que escolhemos. Muito bom o prato, atendidos por uma garçonete gordinha, simpática e engraçada.
No domingo foi a vez de Tio Alceu mostrar sua perícia na churrasqueira. Ovelha, maminha, alcatra e uma linguiça enrodilhada fizeram a alegria da turma, acompanhada de cerveja castelhana e sorvete, pudim e torta feitos pela Tia Maria. Ainda olhamos o Gre-Nal todos juntos.
Depois disso retorno pra casa, que segunda era dia de batente.
Bah, muito "tri"!!Rever os parentes distantes, conhecer e reconhecer fragmentos de fatos que são do nosso histórico, linda foto!
ResponderExcluirDelícia!
ResponderExcluirBelo passeio
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