'Sophia Fernandes' dizia ser gaúcha de 18 anos, mas na verdade não existe.
Caso mostra riscos de compartilhar informações falsas na rede.
Caso mostra riscos de compartilhar informações falsas na rede.
Felipe Figueiró | 12/12/2011 02h39
Existe na internet um fenômeno chamado de “troll” – basicamente um “trote”. O “troll” mais clássico é emitir opiniões polêmicas com o objetivo de “ver o circo pegar fogo”. O troll nem precisa concordar com a opinião polêmica – ele pode dizer qualquer coisa, desde que cause tumulto. Como “regra” em discussões na internet, existe o “não alimente em trolls”, em alusão ao aviso “não alimente os animais”, encontrado em alguns zoológicos. Essa recomendação existe porque os trolls vivem da atenção que recebem – afinal, o objetivo deles é justamente causar polêmica.
Se o objetivo do perfil @SophiaOfDreams era “trollar” ao criticar o Piauí, Ceará e todos os nordestinos, ele conseguiu executar com êxito sua missão.
Com alguns caracteres, o suposto perfil de uma garota gaúcha no Twitter, falou mal desde a noite da ultima quarta-feira (7) de pessoas de alguns estados do Brasil. Visto a vontade de querer atacar esse público e parecer não se preocupar com o que os outros iriam pensar nem mesmo se preocupando com as ameaças de processo, Sophia Fernandes, como se denomina, revoltou milhares de internautas e ganhou 30 mil seguidores no Twitter.
Mas “ela” acabou dando pistas de que seria um perfil falso, fake, criado apenas para gerar confusões pela internet, quando mostrou não ter medo da repercussão de seus atos e afirmando estar “protegida” com recursos como proxies e redes privadas anônimas, que iriam inibir uma possível investigação policial.
A Linha Defensiva encontrou o perfil da verdadeira dona das fotos que foram veiculadas pelo Twitter. Publicamente, ela afirmou que não tem nenhuma relação com o perfil e que já registrou um boletim de ocorrência. “Identidade falsa é crime”, afirmou ela em uma discussão no Facebook.
A reação dos internautas ao incidente – o perfil foi denunciado por xenofobia mais de 8000 vezes – acaba dando mais força a quem controla esses perfis, pois essa é a real intenção de quem cria algo falso só para tentar intimidar ou falar mal de pessoas na internet.
O caso conta com muitos sites comentando, além de fóruns e uma página no Facebook denominada Detestamos a Sophia Fernandes (@SophiaOfDreams). Na madrugada deste sábado (10), o perfil do twitter acabou sendo invadido e os invasores trocaram a imagem de background por uma frase: “Perfil HACKEADO! Motivo XENOFOBIA”.
Pegadinha do malandro
A maior lição da história é a mesma que já vem sendo repassada há anos nas comunidades de internet: não alimente os trolls. É triste a imagem que ficará do Rio Grande do Sul e desta jovem que teve suas fotografias usadas indevidamente em todos aqueles que jamais saberão o desfecho dessa história, mas mesmo assim se indignaram com o que viram.Durante a confusão gerada pelo perfil falso no Twitter, surgiu ainda um perfil no Facebook da “Sophia”. O perfil dizia que ela estudava na Pontifícia Universidade Católica do RS (PUC-RS). No entanto, o nome dela não consta em nenhum listão de aprovados da faculdade. E o endereço onde ela dizia estar simplesmente não existe. Os dados da escola de ensino médio também eram falsos. Mas isso não impediu dezenas de compartilhamentos “denunciadores” no Facebook.
É preciso tomar cuidado ao repassar essas informações. Caso contrário, alguns mal-entendidos podem não vir a ser remediados. É interessante lidar com esses problemas de forma privada, mas não sair compartilhando em redes sociais e pedindo “justiça”. Se for um troll, você só caiu na pegadinha do malandro.
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