sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Recuerdos da Infância

Minha irmã, a blogueira athenasminerva.blogspot.com postou recordações da infância, especialmente da casa da Vó Deza (Maria Augusta de Carvalho).
 Apesar da casa ser a mesma para nós os netos, cada um tem recordações específicas e outras comuns a todos.
Fui o primeiro neto, e bem pequeno ela me buscava em Santo Ângelo e eu passava temporadas ali, adorava as fatias de pão quente com "chimia" (do alemão schmier, doce cremoso de frutas), e era um rabo da vó, onde ela ia eu ia atrás, mas passado algum tempo batia saudades da mãe e do pai e começava a missa, a vó ia fazer pão e eu dizia: "Minha mãe também faz pão assim", então ela ia fazer o almoçoe lá vinha: "Minha mãe também faz comida assim" então vó Deza concluia: "Tá na hora de levá-lo de volta".
Bem no começo, a cozinha da casa da Vó Deza era de chão batido (socado), os cômodos da frente possuiam assoalho. Quando Tio Samuel ganhou o prêmio da loteria federal foi que houve uma mini reforma e as peças dos fundos assoalhadas. No fogão a lenha  ela fazia  café, fervendo o pó no bule e enfiando um tição aceso para a borra ir para o fundo, lembro da polenta cortada com fio de linha
Minha vó foi a grande incentivadora para que eu aprendesse e gostasse de ler, também o exemplo dela fez com que gostasse de natureza, árvores, flores; vó Deza sempre estava "lidando", plantando flores no jardinzinho em frente a casa, cuidando da horta nos fundos, cuidando das árvores de frutas, colhendo frutas para fazer doces, ou secá-las num "jirauzinho"( Significado: Espécie de grade de varas, sobre esteios fixados no chão, que serve de cama nas casas pobres e também de grelha para expor ao sol quaisquer objectos.)  que ela improvisava com varas de marmelo. Eu gostava de surrupiar as fatias de pêra ou figo secos e degustá-los escondido.
Lembro dos domingos, quando o vô Bento fazia churrasco com a costela da ponta do peito, aquela que tem o "granito", jogando a salmoura por sobre a carne quente com um maço de salsa; lembro dos jogos em que ele me levava ao estádio do São Luis especialmente no clássico citadino São Luis x Gaúcho (o São Luis colorado e o Gaúcho tricolor como num grenal) e especialmente dos cachorros quentes de linguiça com mostada "braba", delicia! Pena o Gaúcho ter encerrado as atividades, acabando com a rivalidade.
Vô Bento
Lembro da minha bisavó Dª Zulmira, mãe da vó Deza, que nós chamávamos de "vó velhinha", ela não podia ver uma sujeirinha, um fio de linha no chão que tentava juntá-lo, então dobrava-se como um canivete e em virtude do peso do tórax ser maior, invariavelmente caia batendo com a cabeça no chão, vivia com galos na cabeça.

Tio Samuel
Lembro dos bifes de fígado que tio Samuel fazia na chapa do velho fogão a lenha e sempre me dava um "teco". Lembro do tio Joel criando frangos e fazendo uma super horta, no tempo em que estudava no colégio agrícola e de tio Samo surrupiar um frango pra fazer galinhada. Hehehehe!

3 comentários:

  1. Creio que estás confundindo: a casa da vó Maria nunca teve chão batido, era da vó Dadade, confirma com a mãe. Esta foto do vô onde conseguiu? Realmente, cada um recorda fatos que foram importantes pra si; o 'minha mãe também faz assim' adorei, não sabia desta hostória; bjs, mano véio.

    ResponderExcluir
  2. Confirmo a informação da Athena: minhas lembranças de infância/adolescência não incluem chão batido... inclusive eu ajudava na limpeza, até encerava ... rsrsrs...
    Outra pequena correção: o Samuel ganhou na loteria em 66 ou 67, eu já estava trabalhando... e reformou a casa sim, mas outras melhorias, não colocação de piso... comprou lambreta tb, até andei nela...
    Mas o texto está ótimo, e adoro ler reminiscências.

    ResponderExcluir
  3. Lembro de alguém ter falado na cozinha de chão batido, quem sabe ouvi o galo cantar mas não pude localizar onde. Kkkkkkkk

    ResponderExcluir