3 de fevereiro, férias acabando e eu não tinha ido pescar no Rio Uruguai.
Não havia conseguido um caseiro para poder ir com a Mônica, então decidimos que eu iria e ela ficaria de caseira.
Dia 4 à tarde rumei para Alecrim, mais especificamente São Miguel em Porto Biguá, no sitiozinho do Vico e Dª Ede, cunhados do Paulo(meu irmão).
Lá chegando, fui cortesmente recebido pelo casal e pelo filho Paulo, ajeitei a barraca e as tralhas, confirmei que havia caíco (canoa) para pescar, porque do barranco não há condições; e, mesmo sabendo disso, fiz uma tentativa e perdi dois anzóis em 10 minutos. A correnteza arrastou a linha para baixo dos galhos, o anzol enroscou e tive que forçar para arrebentar a linha. No restante do dia tomamos chimarrão e proseamos, enquanto o Paulo pintava as aberturas da casa dele.
Na manhã do dia 5 pesquei de caniço e peguei uns lambarizões, não saímos porque havia uma notícia de que a Patrulha Ambiental estava fiscalizando e tomando equipamentos de quem não fosse habilitado como pescador. Ficou para a tarde, mas aí o tempo fechou e começou a trovejar, fomos adiando até que, pelas cinco da tarde decidimos ir.
O Vico juntou as tralhas dele eu as minhas, cavamos minhocas pra pegar uns "bicudos" (pintados) e descemos pro caíco. No entusiasmo pra ir pescar, esqueci o colete salva-vidas que havia comprado especialmente pra esses momentos de andar dentro do rio com o barquinho, pois minha natação não dá pra 10 metros rasos.
Atravessamos o rio, com o Vico remando até depois do meio e ficamos sobre o canal do rio, já em lado argentino, apoitamos e chegamos à conclusão de que ali a profundidade era de aproximadamente 10m.
Começamos a pescar, o Vico veterano pescador dali usava uma chumbada enorme, que garantia a ida do anzol ao fundo e fisgava um peixe após o outro, eu pescador de rio pequeno e açudes usava duas chumbadas leves que não venciam a correnteza, consegui a muito custo pegar 3 pintadinhos. Resultado final do dia: (mais de vinte) patis, armados, pintadinhos pegos pelo Vico e os meus três magros.
Na manhã seguinte fomos novamente e, mais precavido pesquei com uma linha do Paulo que tinha uma chumbada apropriada, desta vez peguei os maiores pintados da manhã e também peguei mais peixes que o Vico.
Voltamos e comemos um churrasquinho que o Paulo assou (eu havia trazido uma maminha e um lombinho cortado atravessado, o Paulo contribuiu com uma costela de terneiro mamão). Tomamos um vinho uruguaio e conversamos bastante. De tardezinha eles foram pra Alecrim e fiquei sozinho apreciando a natureza.
As saracuras nativas dessas matas descem para o pátio e comem quirera junto com as galinhas e pintinhos.
E há a história do bicho misterioso (na verdade um casal) que ataca e come as galinhas. Dizem que são malhados em branco e preto, saltam como cangurus, apoiando-se nas patas traseiras e um só deles enfrentou 4 cães e os pôs pra correr. Chegamos a conclusão que podem ser cachorros do mato ou jaguatiricas.
No verão que vem vou de novo!
Também pode ser uma zebra que cruzou com um canguru, ou com uma lebre de proporções maiores, geneticamente alterada, o que a deixou também mais brava.
ResponderExcluirMas a verdade é outra, e diversa.