Saímos de Ijuí aí pelas 6h da manhã, muito frio, trechos com cerração fechada e garoa fina. Havia comprado 3 CD´s novos, fomos escutando enquanto viajávamos, 3 generos; nativista, sertaneja e bandas. A Mônica, térmica e cuia em punho, tomava mate e contava as últimas novidades, combinava comigo coisas do jogo (Mansão Misteriosa) que temos como passatempo na internet.
Esperávamos chegar um pouco depois do meio-dia na capital, mas na RS que liga Cruz Alta a Soledade havia muito movimento, caminhões, carros e chuva, fiquei tenso, muitas vezes andando enfileirados, os caminhões, lentos trancando tudo. Estava tão concentrado em cuidar a movimentação dos veículos que nem vi passar o trevo em Tio Hugo, só fui me dar conta quando entramos em Passo Fundo!
Daí que a Mônica me disse que tinha visto passar o trevo, mas não falou nada! Resultado, uma hora a mais de viagem, pedi a ela que quando ocorrer algo semelhante novamente, avise!
Retomado o rumo, viajamos até o topo da serra e paramos pra almoçar no Gringo, habitual ponto para nossas refeições de viagem, comida boa, sobremesinha e um cochilo de meia hora, pois se eu não cochilar depois do almoço fico imprestável!
Ainda pegamos alguns trechos em obras, novas filas de caminhões e carros de forma que chegamos ao nosso destino, casa da minha filhota Vivi as 15h mais ou menos. Antes passamos pela Praça da Matriz e compramos ingressos (camarotes laterais) para uma apresentação de música clássica no Teatro São Pedro.
Fernandinha estava passeando na casa do Leandro e as duas, Vivi e Maria, trabalhando, então nos adonamos da casa, preparei um carreteiro e uma salada pra janta. Maria chegou primeiro, ficou surpresa com a nossa presença pois não sabiam ao certo que dia viriamos; Vivi chegou as 23h também ficou surpresa e feliz. Adorou comidinha de papai!
Nos dias seguintes fiz outras comidinhas, sempre elogiadas pelo povo, penso eu que gostaram mesmo, pois não sobrava nada!
Resolvemos, eu e Mônica, no sábado ir caminhar a toa pelo centro, olhar vitrines, almoçar por lá, e acabamos indo no shoping do povão, as "galerias da volunta". Olhamos, caminhamos e não compramos nada. Mas eu precisava comprar algo pro meu "caseiro" e Mônica também pra " caseira" dela, coisa que deixamos para o último dia.
Combinamos que no domingo iríamos almoçar com a Vivi, no local de trabalho dela, Pastelon é o nome. Fernandinha viria e de última hora o Marquinhos ligou avisando que estava de volta da praia, onde fora conhecer um peixão que fisgara pela internet (está solteiro novamente, a fruta não cai longe do pé, kkkkk) pedindo que o buscássemos.
Almoçamos juntos, tiramos fotos na Praça da Alfândega, Vivi voltou ao trabalho e nós fomos pro apê do Marquinhos olhar o jogo do Internacional que por sinal foi goleada! Dále Inter!
O ponto culminante do nosso passeio, depois de ver os familiares, foi indubitavelmente a ida ao Teatro São Pedro, na 2ª feira. Detalhe, morei 25 anos em Porto Alegre e nunca tinha ido a esse teatro!
Esta foi a programação apresentada:
Orquestra de Câmara Theatro São Pedro apresenta "Bach Eterno"
Regente da Orquestra da Bahia, Carlos Prazeres, é o maestro convidado
O oboísta e regente Carlos Prazeres é o maestro convidado da apresentação “Bach Eterno”, da Orquestra de Câmara Theatro São Pedro, que será realizada às 21h desta segunda-feira, no Theatro São Pedro (Praça Marechal Deodoro, s/nº). Além de Bach, o programa prevê obras de Arvo Part, com participação dos solistas Daniel Germano e Artur Elias Carneiro.
Um dos mais requisitados maestros do momento, Carlos Prazeres é filho do maestro Armando Prazeres. É assistente de Isaac Karabtchevsky na Orquestra Petrobras Sinfônica, desde 2005, e regente da Orquestra da Bahia.
Eu nunca havia entrado no Teatro, só o conhecia por fora, acompanhei as obras de recuperação desse monumento à arte em solo gaúcho, obra engendrada e dirigida por Eva Sopher, essa mulher admirável! Ela estava lá! Em pé, entre as duas rampas que sobem aos camarotes, mulher magrinha, com muitas rugas e um brilho de energia e determinação no olhar, aurindo das pessoas à sua volta os bons fluidos que a fazem manter o teatro vivo!
É inenarrável a sensação de alguém como eu, pêlo duro, do povo, que tem a oportunidade de ter acesso a um lugar como este, é uma emoção, um arrebatamento, você não consegue ver, ouvir e sentir tudo ao seu redor, incrível!
Gentilmente orientados pelo funcionário do teatro, tomamos nossos assentos no camarote 15, lado esquerdo, seis lugares, duas filas de três cadeiras, numeradas. Ficamos na fila de traz, mesmo assim temos boa visão do palco. Observo impressionado o ambiente. Abaixo de frente para o palco, a platéia, acima no mesmo nível nosso, ao centro senta-se Eva Sopher com toda sua autoridade.
Um nível acima do nosso mais camarotes, agora com uma espécie de arquibancada. São os ingressos mais baratos. O lustre pendurado no teto bem no centro da ferradura, impressiona pelo tamanho e pela beleza, todo o teatro tem seu piso forrado com tapete vermelho.
O teatro é em forma de ferradura para a facilitar a acústica, uma pessoa falando no palco é facilmente ouvida em qualquer lugar da platéia e dos camarotes!
Começa a apresentação, a orquestra de câmara executa as obras de Bach e Arvo Part, são três números que duram 1:30h, ao final o maestro, solistas e músicos são aplaudidos de pé pelo público, ouve-se gritos de "Bravo! Não sentimos o tempo passar! Comentário da Mônica ao final: "amei"!
Terça pela manhã tomamos rumo de casa, já com saudades do povo de lá. Chuva, de Porto Alegre a Ijuí, ali pela altura de Ibirubá, acho, um acidente feíssimo, dois carros destruidos, possivelmente choque frontal, deve ter havido mortes.