sábado, 28 de agosto de 2010

Remember

Sou um adolescente, pratico esportes (basquete, vôlei, atletismo e futsal), sou um dos três melhores alunos da turma, magro, mas com a musculatura em dia, já aprendi a dançar, um pouco desajeitadamente. Sou um aluno bolsista, portanto pobre.
Hormônios em ebulição, descobri as meninas e estou deslumbrado com o que vejo e sinto. Elas são cheirosas, são macias e flexíveis, a turma faz todos os sábados reuniôes dançantes no saguão da escola, danço com Mara, danço com Lúcia mas mesmo achando que elas gostam de mim não me encorajo a tentar namorá-las, elas são ricas. Mara é morena e delicada, Lúcia é grande, loura e de olhos azuis.
Sônia é minha vizinha, pobre como eu, mais velha de uma penca de irmãos ajuda a mãe a cuidá-los.
Sônia foi a primeira namoradinha, é um ano mais velha do que eu, fomos ao cinema, no escuro peguei sua mão, depois, a medo, fui estendendo o braço até abraçar seus ombros, e ela deixou!
No domingo seguinte, já abraçado, fui descendo a mão até tocar seu seio, seio grande, bojudo, quentinho, firme e macio! Senti como se uma descarga elétrica me atingisse, um turbilhão de emoções passou por mim neste instante, ela é adolescente, mas já tem seios grandes como uma mulher adulta, senti um prazer indescritível só de tocá-la. E ela deixou!
Depois namorei Eva, loura de olhos verdes, tinha uma voz meio rouca que me deixava arrepiado,
foi a primeira menina que beijei de língua. Eva fumava, senti gosto de cigarro na sua boca, não gostei.
Então minha irmã, também já adolescente, começou ir aos bailes, com a tia e primas e por ordem de meu pai, comigo de cão de guarda.
Exceto minha irmã, todas eram mais velhas que eu, mas tomaram por capricho me ensinar a dançar. Dançava com todas até tomar preferência por duas, uma era Maria, amiga de minha tia, gringa, cabelos vermelhos, sardenta, nós dançávamos tão apertadinho que parecíamos um só, e a outra era prima, 9 anos mais velha que eu, não me apertava, mas a forma que ela dançava me enlouquecia! A prima tinha coxas roliças, macias, e dançava de um jeito que ficava me roçando o tempo todo, imagine o estado em que eu ficava! Trinta anos depois um dia perguntei a ela se sabia do efeito que produzia em mim, ela disse que nem notava. Sei não, acho que ela fazia só pra me sacanear.
Então fui estudar em Porto Alegre e deixei tudo isso pra trás.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O Poder da Palavra

Quando criança, íamos todos os domingos à Escola Dominical da Igreja Metodista. Lá foi que pela primeira vez ouvi que as palavras tem poder. Tem poder de curar, de abençoar e outras coisas cristãs. Fui crescendo e lendo, ou ouvindo que as palavras, em sua essência, tem poder para o bem ou para o mal.
Tive oportunidade de usá-las, uso-as muito atualmente, já que como professor é uma ferramenta de trabalho e, no meu mister, tenho o poder de encaminhar alguém para o sucesso ou para o fracasso com meia dúzia de palavras bem colocadas.
Mas muito cuidado! Uma palavra mal colocada, dita em hora errada, dúbia, pode gerar problemas enormes, até gerar inimizades!
Exemplos: Ano de 1977, eu era funcionário de uma siderúrgica estatal, como Instrutor de Treinamento ministrava cursos de aperfeiçoamento para os operários da usina, pessoal da manutenção e da produçao na área de mecânica. Numa dessas formaram uma turma para um curso rápido, por causa de uma parada para manutenção, vieram todos os operários de um setor da produção. Primeiro dia, os alunos chegando, nisso entra um sujeito, magro, muito alto e, com o cabelo vermelho todo arrepiado no cocuruto. Não me contive e exclamei: Mas tu parece um pé de milho, tchê!
O cara ficou todo encabulado e a galera, todos do mesmo setor, se deitou a rir.
Passaram a chamá-lo pé de milho, ele enfurecia-se com isto até que um dia, alguns meses depois, ele apareceu no trabalho armado com um 38 engasgado de balas. Chegou pros colegas e disse: O primeiro que me chamar de pé de milho morre, e depois vou lá na escolinha (era como os peões chamavamo centro de treinamento) matar aquele professor fdp que me botou esse apelido! Fui avisado pra me cuidar, se visse o pé de milho indo pro meu lado era pra correr!
Hoje chamam isso de buliing.
Outro caso, quando nasceu minha filha, nós morávamos em Charqueadas, vieram todos os avós no dia do nascimento, a minha mãe e meu pai, minha sogra e meu sogro. Eu estava trabalhando quando Vivi nasceu, fui avisado e corri pra casa onde estavam todos. Quando cheguei lá, feliz com o nascimento da filha exclamei: Mas tem avó até demais nessa casa! Era pra ser entendido como brincadeira.
Não demorou meia hora minha sogra e meu sogro se mandaram embora! E a velha ficou de mal comigo um ano! Até que um dia ela me perguntou o que eu queria dizer com aquilo, fiquei abismado, expliquei que era uma expressão do pessoal do interior, uma brincadeira, aí nos entendemos.
Descobri que tenho essa má sina de às vezes, mesmo não querendo, ofender, magoar, entristecer as pessoas com palavras irrefletidas. Depois de feito, isso me dói muito, mas aí, como voltar?
Alguém disse que tem coisas que não tem volta: a pedra atirada, a palavra proferida e o tempo transcorrido. Outro alguém disse que quando vamos falar de alguma pessoa, devemos pensar: isso vai construir ou destruir? e evitar palavras destrutivas.
Hoje é o terceiro dia que venho refletindo sobre isso, por ter proferido palavras que não me aumentaram nada em sentido nenhum, não embelezaram nada ao meu redor, não troxeram luz, calor ou alegria para ninguém e estou me sentindo muito mal com isso.
Espero que a pessoa atingida por essas palavras impensadas me perdôe.
Fim

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Textos de meu primo Dudu (genial!)

Li, gostei e reproduzo aqui dois textos de Eduardo Ritter, Jornalista e colunista do jornal O Rebate. Acrescento que, genéricamente, concordo com a teoria que não é teoria do supracitado rapaz.


Esclarecimento sobre a teoria duduziana – que na verdade não é teoria

Algumas mulheres, como minha ermã, por exemplo, acusaram a minha teoria duduziana de ser machista, porém, gostaria de fazer algumas considerações quanto a isso. A minha teoria, que na verdade não é uma teoria, mas sim uma hipótese (para ser teoria teria que ter dados empíricos, revisão bibliográfica sobre o assunto, etc, etc), enfim, a minha hipótese não quer dizer que eu concorde com os fatos. Na verdade, não chego nem a concordar nem a discordar. O fato é que o que escrevi é uma constatação baseada em impressões obtidas a partir da observação dos seres humanos que me cercam, e dos que são representados, principalmente, na televisão. Veja se essa lógica não é a das novelas, por exemplo? Dos filmes? Não estou dizendo que é em 100%, mas em grande parte do todo. Enfim (novamente), quero deixar claro que essa hipótese é uma constatação, e não uma OPINIÃO. Não julguei as mulheres nem os homens, só disse que existem tendências, provocadas pelos instintos, pelas cabeças femininas e masculinas que são virtualmente pensantes, etc. Admito, porém, que generalizei, sim, e que talvez tenha escrito no sentido de fortalecer estereótipos, o que faz com que eu mesmo me critique... Não pensei nisso antes, até que uma pessoa me chamou a atenção nesse sentido, e repensei o que tinha escrito, e concordei com ela: fui generalista. Mas (sempre tem o mas) continuo afirmando que a minha hipótese aponta algumas tendências que seguem a lógica que vejo no dia-a-dia.
Para não ser mal interpretado novamente, quero encerrar dizendo que gostei de todas as observações, afinal, como escrevi no texto abaixo, as idéias tem que ser debatidas, e não censuradas. Além disso, esse é um tema que pode ser eternamente debatido sem que cheguemos a uma única conclusão, a não ser a que não temos certeza se tudo isso que foi dito é ou não é do jeito que foi dito.
Postado por Eduardo

Teoriua Duduziana - O retorno

No Globo Repórter da última sexta-feira foi apresentado um dado curioso: a maioria das mulheres tem ciúme do companheiro por medo de perdê-lo para outra mulher, enquanto o ciúme dos homens é relativo à questão sexual. Pois esses dados confirmam a minha teoria, conforme explicarei agora.
Iniciarei citando um lugar comum: as mulheres perdoam mais facilmente a infidelidade do que os homens. Quantos casais você conhece que continuam juntos mesmo que todos saibam que o homem trai a mulher, e ela sabe disso? E quantos você conhece que a mulher trai o homem, e ele sabe disso? Eu, particularmente, tenho em minha memória mais casos relativos ao primeiro exemplo. Mas isso é justificável. As mulheres perdoam os homens justamente pelo motivo que elas, mulheres, traem. A mulher sempre entra num relacionamento esperando algo a mais do que sexo, diferentemente do homem. A mulher comprometida que busca um amante, vê naquele cara um homem com maior capacidade de fazê-la feliz no longo prazo. Óbvio que no início ela topará fazer aquele lenga-lenga de que sabe que o caso com o amante é só diversão, que não quer deixar o titular, etc, mas, não se engane, lá no fundo, no fundinho mesmo, ela está em busca de um relacionamento mais feliz e duradouro que o atual. Aliás, é como aquela mulher que diz que não quer casar, que não está interessada em namoro sério, etc. Não caia nessa! Todas as mulheres, eu disse TODAS, sempre estão na procura de um relacionamento sério. O papo do “não quero casar, não quero nada sério” é uma gordurinha que ela deixa para queimar caso ela não goste do cara no desenrolar dos acontecimentos. Nesse caso, sim, ela dirá “vamos parar por aqui, pois eu não quero nada sério”. Acredite: as mulheres são muito espertas. Mas (sempre tem o mas), se ela curtir o amante, ela vai fazer de tudo para ficar com ele. Ou seja, a mulher acha que o homem vai fazer com ela o mesmo que ela faria com ele: vai trocá-la por outra mulher, vai perdê-lo enquanto companheiro, enquanto marido ou futuro marido em potencial. Por isso, se ela descobre que o marido traiu e que, realmente, foi só sexo, ela tenderá a perdoá-lo porque ela, ao contrário de nós, homens, não se sentirá verdadeiramente ameaçada a perdê-lo. Enfim, a mulher acredita que os homens pensam como ela: que buscam algo sério fazendo sexo.
Já com os homens o processo é diferente. O homem não necessariamente trairá em busca de um outro relacionamento. Ele trai para ingressar numa aventura e obter sexo. Homens gostam de aventuras. É a questão da adrenalina. Então, se ele encontrar outra mulher que lhe atraía, ele não negará fogo, mas isso não quer dizer que ele quer deixar tudo por aquela outra. Porém, ele não admite que a mulher faça o mesmo. Justamente porque ele também pensa que as mulheres são como ele: que buscam o sexo pelo sexo. Então, o homem sente medo de levar vários chifres e ficar com a fama de corno. Na verdade, o homem talvez até não sofra pelo processo da cornificação em si mesmo, mas sim, na divulgação da sua cornice. É o lugar onde a figura pessoal dele vai estar no imaginário dos outros. Ele será visto como um corno, e perderá o respeito de todos por conta disso. Por isso, para os homens, às vezes uma ameaça a sua honra é mais imperdoável do que uma traição que ninguém sabe que aconteceu. E por não estar sempre na busca de um relacionamento eterno e perfeito é que ele não perdoa a traidora e larga da mulher com maior facilidade do que no processo inverso. O homem pensa: “Você me traiu, não tenho mais como sair na rua com a cabeça erguida, e posso viver sem você e arranjar outras”. Já a mulher pensa: “você me traiu, mas desde que não faça isso de novo e não me deixe, eu aceito continuar”. Claro, tudo isso é o resumo do resumo, porque na verdade tanto o homem quanto a mulher pensam muito sobre o assunto. Porém, todos pensam demais sobre o assunto e geralmente o diagnóstico final de homens e mulheres é esse que citei.
E assim, as pessoas seguem se conhecendo, se apaixonando, se amando, traindo, se separando, cornificando e descornificando o mundo, que segue a girar, em passo lento e envolvente.